“A Fundação Escultor José Rodrigues foi o ninho escolhido para a ‘Nova Águia’ abrir as asas”, explicou, em conferência de imprensa, o artista a quem a fundação deve o seu nome. Lançada, esta quarta-feira, a revista “Nova Águia”, que se inspira no ideal impulsionador d’ “A Águia”, uma das mais importantes publicações portuguesas do início do século XX, tem como directores Paulo Borges, Celeste Natário e Renato Epifânio.

“Eu traço um paralelo entre o surgimento d’ “A Águia” em 1910 e o nascimento agora da “Nova Águia”, disse Paulo Borges. “Em Portugal, no início do século XX, existia um clima de indefinição quanto ao rumo da nação ao nível cultural, político e económico. Actualmente, achamos que também se vive um certo sentimento de crise e de desorientação no que respeita a identidade do país”.

“Em Portugal há uma grande necessidade de nacionalidade e personalidade porque estamos a transformarmo-nos cada vez mais em McDonald’s”, concordou José Rodrigues.

“A ‘Nova Águia’ procura levar ao repensamento da ideia de pátria, a partir da raiz”, afirmou Paulo Borges, apresentando assim o tema sobre o qual grandes vultos da cultura contemporânea (Mário Cláudio, Pinharanda Gomes e Dalila Pereira da Costa, entre outros) se vão debruçar no primeiro número da revista.

O próximo tema será “António Vieira e o futuro da Lusofonia”. “Hoje em dia, Portugal não pode ser pensado fora do mundo e da cultura das nações lusófonas”, declarou Paulo Borges.

A revista, que assumidamente diz partilhar da visão de Teixeira de Pascoaes, de Fernando Pessoa e de Agostinho da Silva (inscrita num manifesto [PDF]), vai estar disponível a partir do dia 19 de Maio, podendo ser encontrada nas livrarias de todo o país.