Os pilares da candidatura ibero-marroquina ao Mundial 2030 foram apresentados esta terça-feira numa cerimónia que se realizou na Cidade do Futebol. "Yalla Vamos 2030" é o lema da prova.

Os pilares do Mundial 2030 foram apresentados. Foto: FIFA

A candidatura conjunta de Portugal, Espanha e Marrocos ao Mundial 2030 apresentou esta terça-feira (19) o logótipo, slogan e alguns princípios da organização daquela que vai ser a maior edição da prova. Durante a cerimónia de apresentação, António Laranjo, coordenador do comité de candidatura, deixou claro que Portugal “não é candidato a receber a final“, uma vez que nenhum estádio português tem a capacidade mínima requerida pela FIFA para acolher o derradeiro jogo. Porém, uma meia-final está praticamente garantida.

“Para a final, é exigido um estádio com capacidade mínima de 80.000 lugares. Portugal não tem nenhum com essas características e não vai fazer nenhum investimento para aumentar os estádios, portanto não é candidato a ter a final. Mas tem uma fundada expecativa em ter uma meia-final. O país que terá a final certamente deixará a meia-final para os outros dois”, afirmou.

O local da final ainda não é conhecido, mas o renovado Santiago Bernabéu, estádio do Real Madrid, tem fortes possibilidades de a acolher. “Temos acompanhado a evolução do Santiago Bernabéu. Estão praticamente acabadas as obras. É um estádio magnífico e um dos indicados para receber essa final. Tem certamente a capacidade necessária para tal”, disse o coordenador do comité.

O slogan da competição foi apresentado juntamente com o logótipo. António Laranjo refere que o último “representa elementos-chave da localização geográfica. O sol que faz com que os nossos países sejam os principais destinos turísticos do mundo. O mar que celebra as linhas costeiras que nos ligam. O futebol como a paixão comum no coração dos nossos povos”. “Yalla Vamos 2030” é o mote da prova que visa celebrar “os aspetos em comum dos três países”. Foi ainda divulgado o vídeo de apresentação com referências à história e cultura dos anfitriões.


O número de jogos que se irão disputar em cada um dos países ainda é desconhecido, mas terá de ser decidido em breve, uma vez que, de acordo com o regulamento da FIFA, o dossier da candidatura terá de ser apresentado em julho. O coordenador do comité da candidatura confirmou apenas que “101 jogos serão disputados em Marrocos, Portugal e Espanha”, uma vez que já se sabe que Argentina, Paraguai e Uruguai vão receber as três primeiras partidas para assinalar os 100 anos da competição. Os estádios da Luz, de Alvalade e do Dragão são os únicos portugueses que vão receber os jogos do Campeonato do Mundo.

O presidente da FPF, Fernando Gomes, expressou a sua gratidão aos clubes, bem como às câmaras das cidades envolvidas. “Uma palavra de agradecimento ao Benfica, ao Sporting e ao FC Porto, os estádios que irão acolher em Portugal os jogos do Mundial 2030, bem como à Câmara Municipal do Porto e de Lisboa, cidades sede da competição. Sem eles, e sem as demais entidades e infraestruturas de suporte, este projeto não seria possível”, afirmou.

Fernando Gomes disse desejar “organizar um Mundial que não seja apenas o melhor de sempre, mas aquele que inove padrões na história do Campeonato do Mundo“. O presidente da FPF destacou ainda a importância da sustentabilidade e que “os melhores especialistas a nível ambiental” estão reunidos para tentar executar “o Mundial mais sustentável de sempre”.

Já António Laranjo realçou que as boas infraestruturas dos países são uma grande vantagem: “Fizemos viagens de TGV em Espanha e Marrocos, andámos de ferryboat, de metro. Não temos a menor dúvida que qualquer um dos três países tem infraestruturas adequadas para um Campeonato do Mundo”.

Durante a cerimónia, foram ainda revelados os primeiros embaixadores da candidatura. Luís Figo, Andrés Iniesta e Nourredine Naybet, alguns dos melhores jogadores da história dos respetivos países, juntam-se aos capitães das seleções masculina e feminina: Cristiano Ronaldo, Dolores Silva, Álvaro Morata, Irene Paredes, Achraf Hakimi e Ghizlane Chebbak. Foi ainda apresentado o embaixador da candidatura para África: Emmanuel Adebayor, antigo avançado togolês do Manchester City e Arsenal.

O capitão da seleção portuguesa não marcou presença na cerimónia, mas deixou um vídeo de apoio, onde expressou a sua confiança na organização. “Portugal já demonstrou no passado a capacidade de organização que tem. O que desejo é que 2030 seja um ano de sucesso, que tudo corra da melhor maneira. É um orgulho enorme ver Portugal a receber o Mundial 2030“, disse Cristiano Ronaldo.

Editado por Inês Pinto Pereira