A Casa-Museu Guerra Junqueiro, o Museu Nacional Soares dos Reis (MNSR) e o Museu do Papel Moeda encontram-se, agora, ligados por um roteiro, apresentado sexta-feira, no MSNR. A iniciativa enquadra-se no projecto “Museu, espelho meu” e é elaborada no âmbito do Ano Europeu do Diálogo Intercultural pelo Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural e pelo Instituto dos Museus e da Conservação (IMC).

O objectivo é facilitar ao visitante o acesso a cada um dos museus, oferecendo uma série de alternativas para diferentes públicos.

Para a directora do MNSR , Maria João Vasconcelos, a escolha dos museus “faz todo o sentido”, uma vez que contêm “objectos representativos de culturas diferentes”.

O projecto é organizado em três circuitos, que passam pelas cidades do Porto, Lisboa e pela região do Algarve, relacionando nove museus, seleccionados pelo IMC.

O Roteiro

Para além dos três museus portuenses, o projecto inclui, ainda, no circuito de Lisboa, a Casa Museu Dr. Anastácio Gonçalves, o Museu Nacional do Teatro e o Museu Nacional do Traje. No circuito do Algarve estão envolvidos o Museu Municipal de Faro e o Museu de Portimão

Neste caso,”os museus foram escolhidos em função das colecções que têm, da dinâmica e da capacidade que demonstraram para desenvolverem o projecto”, reconhece a subdirectora do IMC, Clara Camacho.

Aproximar os museus dos mais novos

O objectivo passa por uma interligação entre museus. “O desafio que os roteiros propõem é exactamente construir relações entre os respectivos objectos de museus que parecem, à partida, não ter muitas ligações”, explica Clara Camacho, para quem o “desafio foi atingido”.

O circuito propõe-se a criar três publicações dirigidas a crianças a partir dos três, seis e dez anos, com o propósito de ajudá-las a ampliar e consolidar conhecimentos, através de ilustrações adaptadas à sua aprendizagem. Outra publicação, que inclui um cd, é dirigida aos adultos que acompanham as crianças ou jovens. São pequenos roteiros que podem ser utilizados como possíveis guias numa visita a cada um dos nove museus.

“A partir de agora vão ser utilizados por diferentes tipos de utilizadores – os alunos em ensino escolar e as famílias – que vão ser estimulados a usar, de forma livre, estes roteiros, que podem ser usados sem que haja necessidade de apoio técnico”, explica Clara Camacho.

A linha orientadora do projecto reside em trazer para os museus aqueles que, de uma forma natural, não os procuram . É um “desafio difícil”, assumido pela sub-directora do IMC, ao citar palavras do sociólogo Pierre Bourdieu: “A porta em que se entra nos museus ainda é demasiado estreita e nós esforçamo-nos por alargá-la”.