Nos últimos anos, o Pasteleira andou nas bocas dos adeptos portuenses principalmente por causa da estreita parceria que mantinha com o Boavista. A ligação terminou no início desta temporada, mas, ao longo das épocas, o clube foi colhendo os frutos desta relação. As camadas jovens do clube ganharam uma nova dimensão, já que os axadrezados “emprestavam” as suas equipas B ao Pasteleira. Graças à presença do Boavista, a Associação Desportiva e Recreativa (ADR) da Pasteleira pôde finalmente ter um relvado, que substituiu o antigo pelado.

Sem a ligação ao clube do Bessa, muitos adeptos ficaram na expectativa sobre o que iria acontecer. A resposta não podia ser mais positiva: os seniores somam pontos na 2.ª Divisão Distrital e há a forte possibilidade de uma grande empresa patrocinar a completa remodelação das instalações do Pasteleira já nas próximas semanas.

Novo complexo é forte hipótese

Pode estar por dias a aprovação, por parte da Câmara Municipal do Porto, deste projecto, que vai “revolucionar” o clube de Lordelo. Quem o garante é o próprio presidente do Pasteleira, José Barbosa, que exibe na sala da direcção, com orgulho, imagens do projecto. Os planos consistem na construção de três relvados sintéticos, para as camadas jovens e para os seniores. A obra implicaria também a construção de novos balneários e novas instalações para o clube. “Só falta o [presidente] Rui Rio aprovar e o feedback tem sido muito animador”, refere o dirigente.

Segundo o presidente, a aprovação da obra seria um passo enorme para assegurar o futuro da instituição. Com a instalação de relva sintética, os custos seriam muito mais reduzidos e estariam criadas as condições para arrancar com uma Academia de Futebol do Pasteleira, dirigida aos mais novos. Em contrapartida, a empresa que patrocina a obra teria direito a uma zona comercial no novo complexo. O objectivo de José Barbosa é conseguir começar as obras já no início deste ano, para ter as novas instalações inauguradas antes do início da época 2010/2011.

Projecto fundamental para o futuro

Neste momento, as condições do Pasteleira já são superiores à maior parte dos clubes do Distrital. Com a construção deste novo complexo, diz José Barbosa, o emblema de Lordelo competiria com as condições oferecidas pelos grandes da cidade: Porto e Boavista. “Tenho a certeza que, com as condições que vamos ter, podemos atrair a maior parte das crianças e jovens desta zona-“

Mas o presidente do Pasteleira também é realista em relação ao que pode acontecer ao clube, caso o projecto não se concretize. “Se não conseguirmos ir em frente, o Pasteleira morre em pouco tempo”, atira. Actualmente, as despesas são muitas. Além da manutenção do relvado, o clube também paga somas avultadas na organização dos jogos em casa e na inscrição dos jogadores. O clube sobrevive graças a um pequeno bar e ao aluguer de um ringue de futebol de cinco. E claro, graças à ajuda financeira dos dirigentes e de alguns “amigos do clube”.

Pelé e Zé Beto são as figuras

A concretização do projecto seria o ponto mais alto dos 47 anos de história do Pasteleira. Fundado em 1962, pelo clube já passaram nomes importantes como Zé Beto, guarda-redes do Porto e da selecção nacional, ou Pelé, jogador que passou pelo Benfica, Porto, Inter, e agora se fixou em Valladolid.

São estes os motivos de orgulhos dos cerca de 300 sócios do clube. A maior parte desses sócios vive no Bairro da Pasteleira ou tem ligações com a vizinhança. No entanto, as assistências não são tão elevadas como os dirigentes gostariam, mesmo nesta época, em que o Pasteleira até está nos lugares cimeiros da 2.ª Divisão Distrital.

Lino, o treinador-adjunto do clube, diz que, apesar dos bons resultados, “não entra em euforias”. Porém, o ambiente não engana: são dias de esperança e grande expectativa no Estádio do Pasteleira.