À saída de um evento em maio de 2010, Sérgio Santos e Filipe Batista procuravam fotos, vídeos e outras informações sobre o mesmo. Encontraram a informação muito dispersa, mas não conseguiram achar nenhum serviço que permitisse a sua organização. Foi aí que decidiram criar uma ferramenta que permitisse agregar, manualmente, conteúdo online em pastas.

O projeto começou a ser desenvolvido em setembro de 2010. Aproveitando o estágio do mestrado em Engenharia Informática da Universidade de Coimbra, os dois estudantes começaram a desenvolver o Bundlr, uma ferramenta de clipping digital.

Mas como funciona o Bundlr? Em declarações ao JPN, Sérgio Santos explica. “A ideia é criar uma pasta, a que chamamos ‘bundle’, por exemplo sobre a cidade do Porto. O Bundlr cria um botão no ‘browser’ que permite que, cada vez que se encontre alguma página sobre o tema, esta possa ser diretamente colocada na pasta já criada, com apenas um clique”, refere. Depois de criada a pasta, é possível partilhá-la com quem se quiser ou até mesmo incorporá-la numa página ou numa rede social.

Vídeos do YouTube, imagens, texto, áudio, mensagens do Twitter, links, podcasts ou slideshows. O Bundlr suporta todo o tipo de conteúdos, e é essa a principal vantagem que tem em relação a ferramentas do mesmo género, como o Pinterest. Além disso, Sérgio Santos salienta a facilidade do processo. “O utilizador não tem de copiar e colar informação ou copiar um código. Com alguns cliques, pode organizar tudo”, diz.

Quase 11 milhares de utilizadores espalhados pelo mundo

De acordo com Sérgio Santos, o Bundlr conta já com cerca de 11 mil utilizadores. “Um terço dos utilizadores são dos EUA e cerca de um quarto são portugueses”, avança o cofundador, garantindo, no entanto, que grande parte dos utilizadores estão espalhados pelo mundo. Os utilizadores pertencem a vários países europeus, muitos também são do Brasil e até de países asiáticos, como a Índia ou o Japão.

O Bundlr já foi utilizado, por exemplo, pelo jornal holandês Trouw, que reuniu os tweets ligados a um artigo publicado online, de maneira a perceber a reação dos leitores em relação ao mesmo.

A ferramenta foi, inicialmente, pensada para profissionais da informação, e foi nesse mercado que os criadores do Bundlr apostaram. No entanto, Sérgio Santos afirma que se verificou uma grande adesão por parte de públicos mais variados, com interesses mais triviais. “Hoje em dia, muitos usam o Bundlr para reunir informação sobre os seus hobbies, guardar as suas bandas favoritas ou um conjunto de vídeos de concertos de um festival”, revela.

Sérgio Santos garante que o projeto está em constante evolução. Prova disso é que a equipa já foi alargada, com a entrada do programador Pedro Gaspar. Para já, o Bundlr funciona como uma ferramenta, mas a ideia é transformá-lo numa “plataforma”. “O objetivo é ir ao Bundlr não só para guardar o próprio conteúdo, mas também para encontrar novos conteúdos, já filtrados por outras pessoas”, esclarece. O cofundador do projeto diz que esta filtragem permite até “encontrar melhores resultados do que em motores de busca como o Google”.

O Bundlr funciona gratuitamente, mas existe uma versão premium, que possibilita a criação de ‘bundles’ privados e a oportunidade de convidar alguém para criar pastas em conjunto.