Um grupo de investigadores Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) desenvolveu uma aplicação cujo objetivo principal é recolher dados relativos ao stress populacional e de poluição das cidades.
Ao tirar partido da portabilidade dos smartphones, a SenseMyCity permite “planear a cidade de outra maneira” e ajuda “a perceber uma série de aspetos da vida das pessoas”, explica Ana Aguiar, principal investigadora do projeto.
SenseMyCity integra o Future Cities Project
A aplicação foi desenvolvida no âmbito do Future Cities, projeto vocacionado para a promoção de soluções tecnológicas inovadoras. Sediado na FEUP e liderado pelo Centro de Competências para as Cidades do Futuro da Universidade do Porto (CECF), o projeto é empreendido num modelo de laboratório vivo (Living Lab) e tem a cidade do Porto como base.
Concluída e atualizada, a aplicação é útil, nesta fase, para “estudos de investigação nas áreas das ciências sociais ou da psicologia”, tendo sido testada por um público “composto por polícias e bombeiros”, podendo, no entanto, vir a servir outros projetos.
A recolha de dados, através da aplicação, pode vir a facilitar o desenvolvimento de algoritmos para outras aplicações – avaliar “padrões de mobilidade das pessoas, calcular em que pontos da cidade é consumido mais combustível, quais os níveis de emissão de gases poluentes”, identificar zonas com “trânsito mais lento, ruas estreitas ou inclinadas” ou ainda detetar situações que aumentam os níveis de stress dos condutores.
A aplicação guarda uma “série de dados dos sensores embebidos nos smartphones”, utilizando também outros “sensores externos ligados ao telemóvel”, como o de “batimentos cardíacos, o de onda cardíaca ou um sensor para aceder aos dados do motor carro”, explica a investigadora.
“Espero ter uma página web e um endereço de email em breve, para que as pessoas possam mandar sugestões ou fazer o download da aplicação. A ideia é ter o maior número de pessoas a contribuir para o desenvolvimento desta aplicação”, adianta Ana Aguiar.