Vai unir cerca de cem entidades: desde livravias como a Poetria, a livraria Lello, alguns alfarrabistas e ainda a Book House ou a Impresa Nacional Casa da Moeda a instituições como a Universidade do Porto, o Bairro dos Livros ou o Cineclube.

Para além disso, estarão ainda presentes mais de 50 editoras. O objetivo é “promover, difundir e democratizar o livro e a leitura, bem como fomentar os hábitos de consumo de produtos culturais” e ainda “dinamizar a baixa do Porto”, afirma a organização, em comunicado. O “Letras na Avenida” pode bem ser o “evento alternativo” da Câmara à Feira do Livro do Porto, que não se realizou este ano.

A iniciativa acontece na Avenida dos Aliados, de 12 a 28 de julho, com programação especial do Bairro dos Livros, que envolve tertúlias, encontros com autores, sessões de autógrafos e lançamentos de livros. Rui Spranger, Isaque Ferreira e Renato Cardoso ocuparão ainda o palco de uma “Stand-up Poetry”, que promete gargalhadas em verso.

Já “A Desdita” acompanhará com a guitarra de Joaquim Pavão a poesia cantada de Ary dos Santos, Sophia de Mello Breyner e Zeca Afonso, pela voz de Isabel Fernandes Pinto e Sofia Lemos. Ainda na área da poesia, conjugada com a performance, os coletivos poéticos da cidade unem-se em palco para um despique, em jeito de desafio, que vai celebrar o “best-off” da poesia nacional.

Depois da poesia, há música, cinema e animação de rua

O cinema também marca presença, com uma mostra de histórias em cinema de animação, produzidas no âmbito do projeto “Porto Desconhecido”, da Associação de Ludotecas do Porto. Desvenda “memórias, curiosidades, festas e histórias da cidade do Porto transformadas em cinema de animação por crianças, jovens, adultos e séniores”. Outras sessões do Cineclube do Porto também enriquecerão o programa cinéfilo.

A estreia de “Juntos”

O “Letras na Avenida” vai ainda ser palco de uma estreia nacional: será exibido pela primeira vez o documentário “Juntos”, do realizador e maestro António Victorino d’Almeida, que também estará presente. “Juntos” foi produzido no rescaldo do 25 de Abril e “fala-nos da relação dos portugueses com o fado”. Conta com a participação de nomes como Carlos Paredes e Natália Correia.

“Spoken Word dos Estupendo Inuendo” também fará parte do programa. É um espetáculo de histórias musicadas, “inspirado no género ‘spoken word’ americano, mas contagiado pela tradição portuguesa de contar estórias, dizer poesia e desabafar com o vizinho”.

Mas a “Letras na Avenida” também traz música à baixa. Ao final da tarde dos dias 20 e 27 de julho, a banda sonora fica a cargo do Curso de Música Silva Monteiro. Já os Porta-Jazz atuam nas noites de 14 e 28. Dia 13 é dia de “Porto Sounds”. Ainda sem data definida, haverá um espetáculo de marionetas e um momento de dança.

Já para os mais novos, há oficinas variadas “sobre temas identitários da cidade do Porto”, como os azulejos, o vinho do Porto ou o Infante D. Henrique. As bibliotecas e os arquivos e museus municipais também se juntam à festa, com as horas do conto e atividades de expressão plástica.

Em jeito de homenagem a Agustina Bessa-Luís, o Bairro dos Livros levará a cena “desenhos e palavras ditas e escritas num cruzamento artístico entre o ator Nuno Meireles e o artista plástico Telmo Castro”.

A organização é da Câmara Municipal do Porto, através da empresa municipal PortoLazer e do Pelouro do Conhecimento e Coesão Social, em parceria com a produtora cultural Cultureprint. E nada vai ficar ao acaso: nos tempos mais “mortos” há “momentos espontâneos de animação de rua, promovendo a interação entre o público e os artistas”.