A escolha foi unânime e Diogo, Nádia e André foram os três vencedores dos Prémio BES Revelação deste ano, o que quer dizer que vão receber uma bolsa, no valor de 7500 euros cada, para produzirem as obras, que serão depois apresentadas numa exposição inaugurada em outubro, no Museu de Arte Contemporânea de Serralves.

O prémio, atribuído anualmente pelo Banco Espírito Santo e pela Fundação de Serralves, premeia artistas até aos 30 anos. Este ano, os três vencedores partilham não só a vitória mas também a idade: 29 anos.

Diogo Evangelista, artista lisboeta, apresentou a concurso um projeto de vídeo falsamente documental em que, partindo de imagens fotográficas, material impresso e vídeos encontrados, permite refletir sobre os “arquétipos de deserto, sonho, ilusão, utopia e paraíso”, associando “o planeta Marte a um paraíso perdido, representado pelas ilhas de Mauna Kea, no Havai; Faial, nos Açores; Nova Guiné, na Indonésia e Lanzarote, nas Ilhas Canárias”, explica o artista, citado no comunicado da Fundação de Serralves.

Já Nádia Ribeiro levará a Serralves uma série de imagens que testemunham, recorrendo a diversos processos fotográficos, a degradação de um conjunto de flores. O objetivo é a reflexão sobre a relação da fotografia com a temporalidade.

Por sua vez, André Romão venceu com um vídeo projetado que cola todos os fragmentos do friso ocidental do Pártenon, espalhados por vários museus da Europa. Um trabalho que “testemunha e sintetiza, no seu desmembramento, a história do Ocidente”, refere o comunicado.

O júri desta nona edição do Prémio BES Revelação foi composto por Guillaume Désanges, curador independente que trabalha em Paris; Marina Fokidis, directora da Kunsthalle Athena, em Atenas; Nav Haq, curador no MHKA, em Antuérpia; e Filipa Ramos, curadora independente portuguesa que trabalha e vive entre Londres e Milão.