É um cenário preocupante para Portugal, aquele que esta segunda-feira foi dado a conhecer, em Bruxelas, na apresentação do estudo “Educação para o Emprego: Pôr a Juventude Europeia a Trabalhar”, levado a cabo pela consultora McKenzie, a pedido da Comissão Europeia, com o objetivo de dar indicadores em relação ao estado das políticas de transição dos jovens desde a rede de ensino para o mercado de trabalho.

A análise deste estudo incidiu sobre oito países da União Europeia: França, Alemanha, Grécia, Itália, Espanha, Suécia, Reino Unido e Portugal. Depois de inquiridos 5300 jovens, 2600 empregadores e 700 instituições educativas, as notícias não se afiguram boas para Portugal, já que o país – escolhido para o estudo por representar um dos que foi mais afetado pela crise – apresentou uma das mais elevadas percentagens de jovens que gostariam de prosseguir os estudos, mas não têm dinheiro para tal (38%).

Além disso, 31% dos jovens portugueses confessou não ter tempo para estudar por ter de trabalhar, marca que mais nenhum país atingiu. Por tudo isto, os relatores do estudo traduzem, desta forma, aquilo que os números espelham: “As coisas estão obviamente quebradas no percurso educação para o emprego, em Portugal”.

No meio destes países, que representam perto de 75% do desemprego jovem na União Europeia a 28, Portugal destaca-se quase sempre pelas piores razões. No documento, está expresso que o país “sofreu muito durante a recessão”, com a taxa de emprego global a cair quase oito pontos percentuais e o desemprego entre os jovens a subir para 37%.