Três anos de experiência como diretor artístico ou de programação de um teatro e experiência na direção de projetos artísticos com candidaturas aprovadas são os requisitos necessários para concorrer ao cargo de diretor de programação do Teatro Municipal do Porto.

De acordo com a proposta a submeter ao executivo, que deverá ser apresentada esta terça-feira, o contrato com o futuro diretor deverá ter uma duração de três anos e um valor global de 100.800 euros.

No documento acedido pelo jornal Público, são definidas estratégias diferentes para os teatros do Rivoli e do Campo Alegre, enquanto pólos do Teatro Municipal.

O primeiro pretende adoptar uma estratégia que passa pela apresentação de espetáculos de origem local, nacional e internacional e também de outros projetos ligados às áreas de Cinema, Literatura e Pensamento e Ciência.

Para o mais pequeno é previsto um projeto de “ocupação temporária a nível de produção, ensaio, apresentação e pós-produção, vocacionado, ainda que de forma não exclusiva, para o apoio a projetos performativos da cidade do Porto e para residências artísticas”.

Rui Moreira: “O Rivoli não deve ser uma mera barriga de aluguer”

O acordo pós-eleitoral entre Rui Moreira (independente) e Manuel Pizarro (PS) assentou numa proposta comum entre os candidatos: a manutenção do Rivoli como teatro público e a escolha de um futuro diretor. Depois da vitória de Rui Moreira, o atual presidente da Câmara defendeu que o Rivoli não devia ser uma mera “barriga de aluguer” e deveria portanto recuperar a sua vocação de teatro municipal.

O vencedor terá o dever de apresentar o projeto de programação do Rivoli e Campo Alegre num período entre 60 e 90 dias e a proposta deverá ser, obrigatoriamente, aprovada pela Câmara. Caso não seja, o “prestador de serviços” terá de rever o projeto ou realizar um novo, num prazo de 30 dias.

O Teatro Municipal Rivoli esteve entre 2007 e 2010 entregue a uma empresa de Filipe La Féria mas as acusações de dívidas fizeram o encenador abandonar o espaço que, desde 2010, tem tido uma programação avulsa sem direção artística própria.