O elenco

Ana Vitorino e Carlos Costa, os criadores, uniram-se a Catarina Ribeiro Santos e Cristóvão Carvalheiro, dois atores convidados da companhia Porta 27. Uma iniciativa que vai de encontro aos 20 anos da Visões Úteis e ao espírito de “renovação” também retratado peça e que resultou numa colaboração inédita da duas companhias, de duas gerações.

O cancro é tema recorrente, o testamento vital é discutido e o tratamento é iminente. Em “Biodegradáveis” não há questões sensíveis. A morte, a doença, a cura e os limites éticos na prevenção são expostos ao humor e à sátira, através de situações bizarras que, afinal… não são tão bizarras assim.

Num palco partilhado com peixes e gerbos, duas gerações de atores dão vida à peça Biodegradáveis, que explora os efeitos da passagem do tempo nos nossos corpos e a procura desenfreada de os superar, a redefinição do conceito “humano” e as possibilidades de negócio em torno da saúde e da expectativa de doença.

Para isso, os criadores Carlos e Ana meteram “pés a caminho” e apostaram no trabalho de campo, partilhando ideias e conceitos com os investigadores de dois laboratórios nacionais: o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup) e do 3B’s – Biomateriais, Biodegradáveis e Biomiméticos, da Universidade do Minho.

O projeto

Biodegradáveis está inserido num projeto mais vasto, desenvolvido pela companhia durante este ano. Deste projeto fez ainda parte a peça Biométricos, apresentada no primeiro semestre de 2014, que explorou as “capacidades do corpo e, em especial, a associação da beleza e admiração ao esforço físico despendido em três atividades habitualmente não relacionadas – a arte, o desporto e o trabalho operário”.

“Os cientistas ajudaram-nos imenso com a pesquisa sobre estes temas”, revela Ana Vitorino, em entrevista ao Ciência 2.0. “Pudemos acompanhar os trabalhos que estavam a ser feitos e também as angústias, as inquietações, os desejos e os planos dos cientistas”, sublinhou Carlos Costa. Este convívio serviu de inspiração científica, mas também para encontrarem alguns pontos em comum, como as muitas “dúvidas e incertezas” inerentes às descobertas científicas, acrescenta Ana.

Biodegradáveis estreia esta quinta-feira no Teatro Carlos Alberto, pelas 21h30, e está em cena até 16 de novembro: de quarta a sábado, às 21h30, e ao domingo, às 16h00. O espetáculo é uma coprodução da Visões Úteis com o Teatro Nacional São João e o preço do bilhete é de 15 euros.