O curso internacional de Estudos Avançados em Projecto de Arquitectura (EAPA) da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP) deu oportunidade a vários jovens de desenvolverem os seus projectos orientados por professores e arquitetos de renome.

O EAPA teve início em outubro de 2014 e terminou em março de 2015. Com coordenação dos arquitetos Álvaro Siza Vieira, Eduardo Souto Moura e Carlos Guimarães o curso primou pela diferença ao juntar no programa de estudos a realização de conferências e seminários com presença de personalidades com reconhecimento internacional que marcaram diversos momentos do curso.

“A arquitetura não é uma ciência exacta, aprende-se realizando, a oportunidade de realizar um projeto acompanhado e debatido neste ambiente é a forma de adquirir prática na profissão a um nível elevado considerando as pessoas envolvidas” refere o professor do EAPA, João Pedro Serôdio.

Desta forma, o curso visa ser uma forma de partilha de conhecimentos entre alunos, professores, e personalidades importantes na arquitetura como Georgio Grassi, Alexandre Alves Costa, Luca Orteli, Adalberto Dias, Francesco dal Co, Luis Fernández- Galiano, Nicola di Battista. Pretende-se que os alunos façam crescer os seus projetos com técnicas e conselhos de arquitetos experientes assim como de alunos estrangeiros inscritos. Uma partilha de ideias que ajude no crescimento dos alunos perante a grande disciplina que é a arquitetura.

Objetivos do EAPA

– Capacidade de compreensão sistemática nas áreas científicas, técnicas e metodológicas relevantes para a conceção e desenvolvimento de soluções projetuais de arquitetura;
– Competências, aptidões e processos de investigação associados ao domínio dos processos e sistemas construtivos;
– Capacidade para comunicar as suas conclusões, os conhecimentos e raciocínios a elas subjacentes, quer a especialistas, quer a não especialistas na área da construção da arquitetura e da sua importância na reabilitação urbana.

Sai Kumar, 23 anos, Índia

Esta foi a primeira vez de Sair na Europa e escolheu Portugal como destino: “Sempre quis estudar na FAUP” e acabou por optar pelo EAPA, que “foi uma boa experiência”. Um dos desafios que ressalva deste curso é a adaptação à arquitetura e geografia portuguesas: “Tivemos que lidar com os problemas de acentuação do terreno e foi a primeira vez que estive numa situação real, e quando sair daqui provavelmente vou conseguir construir um edifício”. Sair destaca a qualidade do corpo docente e diz ser importante “aprender a partir das suas experiências e levar a sabedoria que transmitem, porque têm carreiras de sucesso”, mas gostava que alguns dos arquitetos convidados para palestras fossem até às salas, “não para ensinar, mas para conversarem sobre os projetos”. Apesar das grandes diferenças culturais entre Portugal e a Índia, Sair adaptou-se facilmente ao Porto, especialmente porque “os colegas são incríveis”.

Nelson Miguel, 33 anos, Brasil

É português, estudou arquitetura na FAUP e voou para São Paulo há quatro anos para conseguir melhores oportunidades de trabalho. Para Nelson, existem diversas mais valias em voltar a Portugal para fazer este curso e levá-lo para o Brasil: “Estudar com professores de renome como Siza Vieira e Souto de Moura e as matérias novas como cinema e fotografia de arquitetura”. Esta nova experiência “tem sido interessante, especialmente a dinâmica com novos colegas”, disse ao JPN, acrescentando que a carga de estudos do curso é muito densa e difícil de conciliar com o trabalho à distância que continua a fazer. Nelson não pensa voltar para Portugal tão cedo, pois mantém um emprego fixo na área da arquitetura, em São Paulo, que lhe permite manter um nível de vida confortável. No entanto, leva a mala recheada de novas ideias e já magica “participar num concurso de curtas metragens de arquitetura”.

João Magalhães, 24 anos, Portugal

Estuda na FAUP e frequenta apenas a disciplina “projeto de arquitetura”, ideia do seu coordenador de mestrado, que considera “o EAPA como um bom caso de estudo para a tese”. Para João, uma das partes mais interessantes do curso é “a troca de experiências e olhares sobre arquitetura com colegas de outras culturas” e “as aulas com arquitetos de renome”.

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