O desafio lançado pela Lovers & Lollypops juntou seis músicos de diversas localidades e um designer num processo criativo desafiante. O JPN falou com Rafael Ferreira, músico dos Glockenwise que integrou o projeto.
Ariana Casellas (Sereias), Mr Gallini (Stone Dead), Rafael Ferreira (Glockenwise), Rodrigo Carvalho (Solar Corona), Violeta Azevedo (Savage Ohms) e Zézé Cordeiro (José Pinhal Post Mortem Experience) são os seis músicos que constituem a banda Septeto Interregional. A eles juntou-se Serafim Mendes que se encarregou de todo o design do disco. A banda recém-nascida vai lançar o seu primeiro disco na próxima sexta-feira, dia 26 de março.
O projeto nasce através da Lovers & Lollypops que convidou seis músicos de seis localidades diferentes, para um processo criativo em conjunto. O objetivo é a criação de um álbum e reunir várias pessoas para trabalharem juntas, sem nunca o terem feito. Rafael Ferreira, um dos membros da banda, confessa que tudo “acabou por correr super bem“. O artista refere que a banda é “um grupo que se dava super bem e que facilmente encontrou ali uma dinâmica de trabalho fixe“.
Ainda que sejam artistas distintos e que cada um possua a sua identidade artística, o processo criativo foi orgânico e resultou porque “toda a gente se prontificou a ir um bocado de espírito aberto, sem ter nada muito predefinido e isso facilitou imenso“, contou ao JPN o membro dos Septeto Interregional.
A construção e produção do álbum foi essencialmente feita à distância, “um bocado à base do Google Drive” e apesar de o modelo à distância ser um processo mais demorado, por um lado também trás coisas boas.
“O processo da sala é sempre melhor, mais rápido e mais orgânico, mas este processo de trabalhar a partir de casa não tem só contrapartidas, também traz algumas coisas boas“, refere Rafael Ferreira.
Para além do processo criativo, o projeto também envolve e destaca o processo estético do disco. Aos seis músicos juntou-se o designer Serafim Mendes, que ficou responsável por toda a parte visual do disco e que completa assim o Septeto Interregional. Para Rafael Ferreira, “parte do desafio foi também lançado ao designer de acompanhar o processo e ir criando à medida que o projeto avançasse”.
O disco é lançado na próxima sexta-feira, mas, entretanto, a banda já avançou com dois singles: “Para que te Sorprendas” e, depois, “Discorve”. O primeiro, foi uma surpresa para toda a banda porque “foi aí que percebemos que dava para fazer uma cena fixe”, confessa o membro da banda.
No início, Rafael Ferreira estava reticente: “Achei sempre que ia ser muito complicado chegar a algum lado porque somos muitos, de projetos muito diferentes e, quando aquela música se fechou, ficamos todos, de uma forma geral surpreendidos pela positiva.” Segundo o artista, “Para que te Sorprendas” foi a primeira música a ser produzida e fechada e acabou por dar o mote ao resto do disco.
“Discorve” é o segundo single do disco que, para Rafael Ferreira, é “aquele que resulta melhor do input de cada um porque a música como um todo soa a uma coisa diferente, que nenhum de nós está habituado a fazer. Tem a estética de cada um e depois, no final, a soma disso tudo dá uma coisa diferente“.
Todo o processo criativo de construção do álbum foi natural e a banda deixou-se “levar um bocado pelo processo. Íamos caminhando e íamos fechando as coisas à medida que elas iam aparecendo“, explica o membro da banda.
Quanto à mensagem, Rafael Ferreira destaca: “Se houver vontade dá para fazer as coisas. Acho que se há uma mensagem a retirar do disco é um bocado essa. De poder sempre trabalhar, apesar das contrapartidas. Prova um bocado essa facilidade que há hoje em dia de trabalhar a partir de casa”
O projeto da Lovers & Lollypops, inserido no COLETIVO do Musicbox Lisboa com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, dá assim origem à banda Septeto Interregional. A banda tem a expectativa de fazer justiça ao disco e produzir um concerto para o tocar ao vivo.
Artigo editado por João Malheiro