De acordo com dados disponibilizados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) e pela Direção-Geral de Apoio ao Processo Eleitoral (DGAPE), o Movimento para a Democracia (MpD) lidera a contagem global com 109.388 votos (49%) e 37 deputados, seguido do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), com 86.066 votos (38%) e 29 deputados.

Por último, com quatro deputados eleitos, todos na ilha bastião de São Vicente, surge a União Caboverdiana Independente e Democrática (UCID), com 19.810 votos (8.8%).

Foram apurados, até ao momento, os resultados de 1.460 mesas de voto (98.6%), registando-se uma taxa de abstenção, em função dos dados apurados, de 42.2%. Para estas eleições estavam previstas 1.245 mesas de voto no arquipélago e 236 na diáspora, em 21 países, para um total de 392.993 eleitores recenseados.

O presidente do MpD, Ulisses Correia e Silva – que será reconduzido ao cargo de primeiro-ministro – disse, em conferência de imprensa, que esta foi “uma vitória de Cabo Verde” num contexto difícil de pandemia de Covid-19 e três secas severas.

Conseguimos com os cabo-verdianos dar a volta e estamos aqui para continuar um bom trabalho, colocar Cabo Verde no caminho seguro para o desenvolvimento“, comemorou.

Prioridades do Governo

No discurso da vitória, Ulisses Correia e Silva traçou como prioridade imediata a massificação da vacinação contra Covid-19, visando atingir mais de 70% da população até final do ano. “Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que isso se concretize. É a porta de esperança e o melhor instrumento para o combate à doença“, disse.

A segunda grande prioridade para o novo mandato, segundo Ulisses Correia, é eliminar a pobreza extrema em Cabo Verde. “Eu não tenho dúvidas de que iremos conseguir essa meta com programas muito assertivos. Não só de retoma do crescimento económico, mas de proteção e apoio social”, disse.

O líder do MpD também apontou o dedo ao PAICV, o principal partido da oposição: ‘Houve perdedores. Os que fizeram da política a forma de ataque não ao Governo nem ao MpD, mas ataque ao país. [Fizeram] política de terra queimada, uma oposição pouco contributiva, negacionista e muito negativa“.

Artigo editado por João Malheiro