Ao cabo de um ano desafiante, no qual a reinvenção foi a palavra de ordem, o Portugal Fashion (PF) regressou à Alfândega do Porto no formato presencial. No entanto, a 49.ª edição do evento sofreu algumas adaptações.

Mónica Neto fala de um “regresso à normalidade, mas com regras”. A diretora do Portugal Fashion revelou ao JPN que concretizar a mais recente edição do certame exigiu uma dose acrescida de “criatividade e resistência”, para conciliar as restrições impostas pela pandemia e fazer frente aos contratempos já habituais de um evento de grande dimensão.

Ainda que a caminho da normalidade, continuam a existir restrições nos espaços do PF, que decorre até sábado no Porto. Entre elas, estão o uso obrigatório de máscara, a apresentação do certificado de vacinação à entrada e a limitação no número de pessoas admitidas presencialmente no evento.

Uma semana da moda também digital

O palco da moda portuguesa, que outrora abriu portas a mais de mil visitantes, teve de reduzir a lotação para a casa das centenas. Em compensação, as plataformas de comunicação diversificaram-se, mantendo-se este outono a emissão online em direto dos desfiles, através da plataforma de livestream criada para o efeito na edição de março.

Desta forma, o tipo de conteúdo partilhado durante a semana da moda, que inclui 35 desfiles no total, tornou-se mais abrangente, usando-se o digital para expandir os horizontes da oferta ao público, indo além da passarela: a transmissão permite conhecer também os bastidores, presenteia o público com conversas e reflexões com especialistas da área e ainda dá a conhecer os designers e as suas criações através de entrevistas emitidas em direto.

Mónica Neto salienta que o formato livestream permitiu que se criasse uma “semana de moda digital” paralela ao evento presencial.

Prioridade ao público profissional

No que toca ao formato presencial, e uma vez que a interação social continua limitada, foi necessário “viabilizar o Portugal Fashion na sua componente profissional”. Mónica Neto explicou que o público foi, por isso, reduzido e selecionado por convite, permitindo a presença aos “públicos profissionais e clientes dos criadores e marcas”.

A lotação foi reduzida, mas o público não faltou na Alfândega do Porto. Foto: Ângela Pereira

Mas os ajustes aos condicionamentos impostos pela pandemia não foram as únicas novidades desta edição, nem talvez a maior. Mónica Neto explicou ao JPN que a parceria estabelecida com a Canex abraçou mais 20 designers de 15 países diferentes, o que expandiu a equipa do Portugal Fashion, acrescentou novas dinâmicas ao evento e reforçou a sua internacionalização.

Além dos desfiles na Alfândega, destacam-se também os eventos off location, que pretendem aproximar a moda das pessoas e, simultaneamente, divulgar a cidade do Porto ao mundo de uma forma mais abrangente. Destacam-se as exibições de Marques’Almeida, dupla que celebrou dez anos de carreira, esta quinta-feira à noite, com um desfile no antigo Matadouro Municipal; e, esta sexta-feira de manhã, os desfiles de Diogo Miranda e de Miguel Vieira, o primeiro na Casa do Roseiral e o segundo, um pouco acima, nos jardins do Palácio de Cristal.

O evento, por si só, exige uma enorme coordenação logística e sintonia entre as várias áreas envolvidas na produção, que envolve, este ano, mais de 300 pessoas.

O Portugal Fashion prossegue até este sábado (16). David Catalan (18h30), Luís Onofre (21h00) e Rich Mnisi (Canex) são algumas das propostas para esta sexta-feira (15). Amanhã, o programa abre com Maria Gambina e Katty Xiomara e estende-se, durante todo o dia, até ao encerramento, a cargo da dupla Alves/Gonçalves.

Artigo editado por Filipa Silva