O líder dos Super Dragões chegou pouco depois das 10h00 ao Tribunal de Instrução Criminal para prestar declarações, no âmbito da Operação Pretoriano. Fernando Saúl, que já prestou declarações no sábado, volta a ser ouvido esta segunda-feira.
O líder dos Super Dragões, Fernando Madureira, e o speaker e oficial de ligação dos adeptos do FC Porto, Fernando Saúl, voltaram esta segunda-feira ao Tribunal de Instrução Criminal (TIC), no Porto, para prestar declarações, no âmbito da Operação Pretoriano.
Fernando Madureira chegou pouco depois das 10h00 e foi recebido com aplausos por cerca de uma dúzia de adeptos, que aguardavam à porta do TIC. Fernando Saúl chegou pouco tempo antes.
O líder dos Super Dragões tinha decidido não prestar declarações, mas mudou de estratégia e mostrou-se disponível para falar em tribunal. Fernando Madureira vai prestar declarações pela primeira vez desde que foi detido, numa audiência que estava, inicialmente, prevista para a tarde de sexta-feira.
Fernando Saúl, que já prestou declarações no sábado, voltou esta segunda-feira a ser interrogado, depois de terem sido adicionadas aos autos do processo as transcrições de mensagens contidas nos telemóveis apreendidos durante as buscas. Após ter sido feita a perícia a quatro telemóveis apreendidos, o Ministério Público (MP) decidiu incluir o conteúdo das mensagens como prova que poderá ser incriminatória para os arguidos.
À saída do tribunal, a advogada de Fernando Saúl, Cristiana Carvalho, afirmou que o regresso do arguido ao tribunal para prestar declarações não está relacionado com o surgimento das novas provas. “Teve que voltar, porque entendemos que devia voltar. Não teve nada a ver com as provas dos telemóveis”, afirmou ao JPN. Cristina Carvalho disse ainda que as medidas de coação não deverão ser conhecidas esta segunda feira, já que se tratam de “muitos arguidos”.
Fernando Madureira vai ser o último dos 12 arguidos a ser interrogado pelo juiz Pedro Miguel Vieira. Sandra Madureira, mulher do líder dos Super Dragões, e Vitor Catão, adepto do FC Porto e ex-presidente do São Pedro da Cova, decidiram permanecer em silêncio e não prestaram declarações. Os arguidos Carlos Nunes, membro da claque e conhecido no mundo do futebol como “Jamaica”, bem como Tiago Aguiar, funcionário do FC Porto, e António Sá, foram libertados no sábado.
Após a audição aos dois arguidos, o juiz determinará as medidas de coação a aplicar aos arguidos. Em causa, estão crimes de ofensa à integridade física em evento desportivo, coacção agravada, ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objecto ou de produtos líquidos e atentado à liberdade de informação.
A Operação Pretoriano foi desencadeada após os incidentes verificados numa Assembleia Geral (AG) extraordinária do clube, no dia 13 de novembro de 2023, na qual a PSP deteve 12 pessoas incluindo dois funcionários do FC Porto e o líder dos Super Dragões.
Editado por Inês Pinto Pereira
Artigo atualizado às 14h27 com as declarações da advogada de Fernando Saúl.