No âmbito da "Operação Pretoriano", foram detidos 12 elementos com ligação aos Super Dragões, incluindo o líder, Fernando Madureira, bem como estupefacientes, três automóveis, milhares de euros e uma arma de fogo. A investigação está relacionada com os incidentes da Assembleia Geral Extraordinária do FC Porto de 13 de novembro.
O líder dos Super Dragões, Fernando Madureira, e outros 11 elementos com ligação à claque do FC Porto, os Super Dragões, foram esta quarta-feira (31) detidos pela Polícia de Segurança Pública (PSP), na sequência de buscas às suas residências. Vítor Catão, ex-presidente do São Pedro da Cova, Fernando Saul, speaker e oficial de ligação dos adeptos do FC Porto, e Sandra Madureira, mulher do líder dos Super Dragões, estão entre os detidos.
Numa nota enviada à imprensa, o Comando Metropolitano do Porto da PSP esclareceu que esta operação está relacionada com os incidentes da Assembleia Geral Extraordinária do FC Porto de 13 de novembro do ano passado, que teve se ser suspensa e adiada na sequência da ocorrência de agressões entre sócios. A investigação aos incidentes determinou “uma ação conjugada no sentido de devolver às instituições e aos cidadãos a sua liberdade de decisão e, promover ainda, que o sentimento de impunidade e insegurança seriam restaurados no âmbito desta realidade desportiva e não só”, refere a PSP.
A Procuradoria-Geral Distrital do Porto confirmou que as diligências de investigação se realizaram “no âmbito de inquérito em que se investigam os incidentes na assembleia geral do Futebol Clube do Porto de 13.11.2023”. “Está em causa a prática dos crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo, coação agravada, ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objeto ou de produtos líquidos e atentado à liberdade de informação“, pode ler-se ainda.
Um dia depois da Assembleia Geral de novembro, o Ministério Público (MP) informou ter aberto um inquérito aos incidentes ocorridos durante a sessão. O jornal “Público” refere que estão também a ser investigados, no âmbito desta operação, os atos de vandalismo à casa de André Villas-Boas, antigo treinador do clube e candidato à presidência, bem como as agressões ao zelador do condomínio, onde Villas-Boas reside.
Note-se que, em novembro, a casa do antigo treinador dos dragões voltou a ser vandalizada pela segunda vez em menos de um mês, o zelador do condomínio foi agredido e o carro do homem de 64 anos foi roubado. Antes deste episódio, as autoridades tinham sido chamadas ao local devido ao rebentamento de petardos.
De acordo com a nota da PSP desta quarta-feira, no âmbito da “Operação Pretoriano” – assim batizada pela polícia – foram apreendidos “equipamentos eletrónicos e demais documentos de interesse para a investigação em causa”, “estupefacientes, nomeadamente Cocaína e Haxixe”, três automóveis, milhares de euros, uma arma de fogo, artefactos pirotécnicos e “mais de uma centena de ingressos para eventos desportivos“.
Os 12 detidos vão ser presentes esta quinta-feira (1) junto de um juiz para um primeiro interrogatório judicial.
Dois funcionários do FC Porto detidos
Em comunicado, o FC Porto assumiu, esta tarde, que entre os 12 detidos pela PSP estão “dois funcionários” do clube “presentes na reunião magna” que está no centro desta operação.
“Não sendo visado, o clube reitera a intenção de continuar a colaborar com as autoridades em tudo o que lhe for solicitado”, afirma ainda a instituição, que aproveitou para recordar ter agido já disciplinarmente “em relação a três sócios que foram condenados a penas de suspensão entre seis meses e um ano na sequência dos acontecimentos” de 13 de novembro.
Artigo atualizado às 16h02, com informações veiculadas através de um comunicado do FC Porto