O último Conselho de Ministros deste governo foi presidido por Marcelo Rebelo de Sousa e ficou marcado pela troca de elogios entre o Presidente da República e o primeiro-ministro. A reunião serviu também para estrear o novo quartel-general do governo, na sede da Caixa Geral de Depósitos.
No final do último Conselho de Ministros do XXIII governo constitucional, liderado por António Costa, o Presidente da República destacou a “solidariedade institucional” entre o Executivo e a Presidência da República desde a chegada dos socialistas ao poder em 2015. Aos jornalistas, o chefe de Estado, que participou na reunião a convite do primeiro-ministro, ressaltou não ser “fácil encontrar muitos casos na política portuguesa” do mesmo género. As relações entre Belém e São Bento também mereceram o destaque do primeiro-ministro: “Nem sempre coincidimos, mas será difícil encontrar outro período em que as relações tenham seguido de forma tão fluida como com este governo”.
Marcelo disse ainda que a colaboração que existiu entre os dois poderes nos últimos oito anos “é positiva e pedagógica, deve ser sempre assim”. Marcelo sublinhou ainda o papel dos governos liderados por António Costa para a manutenção de um “clima de estabilidade, quando o mundo não estava estável”, referindo-se à pandemia de Covid-19 e às guerras na Europa e no Médio Oriente.
O chefe de Estado acredita ainda num futuro político para António Costa. “Não há razão nenhuma para não nos encontrarmos noutras encruzilhadas”, disse.
No último Conselho de ministros de António Costa, foram aprovados na generalidade diplomas nas áreas da cultura e da floresta. Foram também aprovados três diplomas essenciais para que a União Europeia possa desbloquear a quinta tranche do Plano de Recuperação e Resiliência. Os documentos contêm reformas das administração pública, mas também medidas direcionadas para o mercado de capitais. Fechada ficou a Estratégia Nacional para as Pessoas Sem Abrigo, tema importante para Marcelo Rebelo de Sousa.
António Costa têm ainda agendada para as 16h00 uma reunião com a Comissão Técnica Independente (CTI), em que será entregue ao primeiro-ministro o relatório final da avaliação das opções estratégicas para o novo aeroporto de Lisboa. A decisão caberá, no entanto, ao próximo governo, liderado por Luís Montenegro, que herda o maior excedente orçamental desde que há democracia (1,2%).
Editado por Filipa Silva