O projeto-piloto “+perto” foi aprovado por unanimidade na reunião do Executivo do Porto na segunda-feira e já chegou ao terreno. O serviço de transporte público a pedido vai estar em fase experimental nos próximos seis meses.

As ruas do Porto tornaram-se, esta manhã, palco de protestos de taxistas contra a Uber

Serão os táxis a assegurar o serviço. Foto: Vânia Pimenta/JPN

Esta segunda-feira (8), o executivo da Câmara Municipal do Porto votou a favor da implementação do projeto-piloto “+perto”, um serviço de transporte a pedido, assegurado por táxis. A experiência chegou ao terreno esta quarta-feira (10).

Sobre o novo serviço, encomendado pelo município à STCP Serviços, Rui Moreira considera que é “um passo adiante naquilo que é a utilização do transporte – o táxi como transporte público”. A proposta foi apoiada por todos os vereadores, sem exceções. 

Maria João Castro, do Partido Socialista, considera que o projeto pode funcionar como um estímulo para os jovens usarem o táxi e que “será muito útil para pessoas mais idosas”. Contudo, reforça que apesar de entender a obrigatoriedade do cartão Porto. – só com este cartão é que os munícipes podem usar o serviço – é necessário um especial “esforço na divulgação do projeto” para que chegue à população mais idosa. 

Em resposta, Rui Moreira usou os números do projeto Táxi Saúde +65. O autarca referiu que nesse programa, que também implica o uso do cartão Porto. e que é exclusivo para maiores de 65 anos, houve 5.734 pessoas a utilizar o serviço, tendo sido realizadas 55.673 viagens. O presidente da Câmara afirmou que estes resultados são “uma forma de afirmação da qualidade do serviço e do agrado que as pessoas têm.”

Para Mariana Ferreira Macedo, vereadora do PSD, o “+perto” irá promover “uma maior cobertura da cidade em termos de mobilidade” e considerou a obrigatoriedade do cartão Porto. como positiva “para também começar a ser um hábito, as pessoas usarem o cartão do Porto.”. Segundo Rui Moreira, atualmente estão ativos cerca de 70 mil cartões Porto..

Também para Maria Manuel Rola, do Bloco de Esquerda, a proposta é “relevante”, por “recuperar pessoas para o transporte público” e também por “voltar a trazer o táxi como um transporte público, regulado, licenciado, com direitos laborais que também estão mais garantidos do que nos TVDE.” Também Ilda Figueiredo da CDU considera a proposta “razoável”, “na medida em que também valoriza o táxi, e toda a contratação regular”. 

Cada viagem feita através do serviço “+ perto” terá um custo de 1 euro, mas as vereadora do BE e da CDU defenderam que o serviço devia ser gratuito. “Parece razoável, o pagamento de um euro, mas avançando desde já com a ideia de que no futuro possa mesmo vir a ser gratuito, tal como devia passar a ser gratuita a utilização pelas pessoas com mais de 65 anos de todos os transportes na cidade”, afirmou Ilda Figueiredo. 

O serviço pode ser utilizado por qualquer pessoa com cartão Porto., durante todos os dias do ano entre as 06h00 e as 24h00. Depois de feita a pré-reserva de viagem por telefone ou online, o munícipe pode escolher entre 50 pontos espalhados pela cidade (ver mapa abaixo), o ponto de embarque e de desembarque. O custo da viagem, como já se referiu, é de 1 euro por passageiro, e aplica-se a viagens cuja distância não ultrapasse os 2,5 quilómetros

O “+perto” dispõe de 50 pontos de serviço espalhados pela cidade do Porto. STCPServiços

O projeto arrancou esta quarta-feira (10) e após seis meses de avaliação, a STCP vai verificar as condições e os requisitos necessários para a contratualização.

Editado por Filipa Silva