Dia Mundial da Poesia: Quatro formas de viver a poesia

Minês Castanheira estudou jornalismo, mas agora é diretora criativa da “Culture Print“, instituição que organiza, mensalmente, o “Bairros dos Livros“. A iniciativa tem o objetivo de juntar as livrarias do centro histórico do Porto a fim de divulgar o livro e dinamizar a leitura. No segundo sábado de cada mês, são feitas atividades públicas entre os Clérigos e a Praça da República, entre alfarrabistas e livrarias. No entanto a ligação de Minês à poesia vai ainda mais além do “Bairro dos Livros”, já que a jovem portuense também escreveu a obra poética “Nunca o Mar”.

João Luís Barreto Guimarães é cirurgião plástico, mas também escreve poesia há cerca de 30 anos. Tem vários livros publicados e traduzidos. O escritor explica que a escrita poética é algo “natural” e feito por extratos: “Primeiro as sensações, depois a elaboração do texto e, por último, o reconhecimento da história”.

Rui Spranger é ator e há anos que declama poesia no bar Pinguim, no Porto. Todas as segundas-feiras oferece, aos presentes, um momento de reflexão poética e filosófica, através das estrofes que declama. Mas o público também é convidado a declamar e a experimentar a poesia. Esta tradição acontece na Rua de Belmonte há 25 anos e por lá passam pessoas de todas as idades.

Dina Ferreira é proprietária da “Poetria“, a única livraria em Portugal dedicada, exclusivamente, à poesia e ao teatro. Ensinou durante anos português e francês e é uma leitora assídua de textos poéticos. Dina afirma que a livraria não dá lucro, mas a paixão dos clientes e amigos da livraria têm-na mantido aberta ao longo dos seus 10 anos de vida. Para além de vender poesia e teatro, a “Poetria” organiza atividades de divulgação cultural e literária ao longo de todo ano.

Uns escrevem, outros declamam ou divulgam poesia, mas todos concordam em dois pontos essenciais: a poesia é algo muito díficil de explicar e Portugal é mesmo um país de poetas.