Jorge Sampaio passou pelo Museu Nacional da Imprensa e pelo Palácio da Bolsa naquela que foi a sua última visita ao Porto, enquanto Chefe de Estado.
No Museu Nacional da Imprensa, Sampaio foi agraciado com o título de sócio honorário número um. O director do museu, Luís Humberto Marcos, justificou a decisão: “[Sampaio] Nunca nos deu um cêntimo sequer, mas deu tudo o que era preciso receber para nos motivarmos a fazer mais e melhor por uma cultura que se quer descentralizada e mais deselitizada”.
Já no Palácio da Bolsa, no âmbito da comemoração do décimo aniversário do Clube Via Norte, Jorge Sampaio participou no debate “Portugal: Que Futuro?” e aproveitou para fazer um balanço dos seus 10 anos de mandato.
Defensor de uma política “com os portugueses”, Sampaio considera que a “descentralização administrativa, que tardamos em concretizar, revela-se crucial” no combate contra as desigualdades territoriais. E acrescenta que os enquadramentos regionais têm que ser desenhados com realismo.
“Não estou a falar de regionalização”, esclarece. “Posso dizer que perdi o referendo”, continua. Apesar de detestar, segundo disse, fazer declarações sobre o futuro, o Chefe de Estado tem uma certeza: a democracia portuguesa precisa do envolvimento dos cidadãos.
Sampaio referiu ainda as principais posições que defendeu, nestes últimos 10 anos, enquanto Presidente da República, baseando-se na sua obra, “Com os Portugueses”.