A terceira noite da Queima começou fria. É já sabido que a segunda-feira não costuma ser muito forte, sempre “entalada” entre as loucuras do fim de semana e a preparação para o Cortejo Académico de hoje.
Já eram 23h00 e o recinto ainda estava praticamente vazio. O ar cansado dos poucos que já tinham entrado no queimódromo não era o prenúncio de uma noite animada. Mas tudo acabou em euforia, depois de um concerto dos Orishas que entusiasmou as milhares de pessoas que acabaram por encher o recinto da Queima.
Mesa com novo álbum em Setembro
Como de costume, o primeiro concerto começou atrasado. Os Mesa, que actuaram pela primeira vez na Queima do Porto, entraram em palco às 23h45 e tentaram arrancar um concerto forte, perante uma plateia apenas composta. Não terá sido o espectáculo dos Mesa que melhor recepção obteve de um público.
É verdade que o frio que se fazia sentir não contribuiu nada para aumentar o entusiasmo, mas a banda portuguesa, reconhecida também além fronteiras – a Billboard considerou “Mesa” um dos melhores discos de 2004 – não conseguiu transmitir a energia que os músicos mostraram em cima do palco.
Só mesmo os singles recolheram aplausos mais fortes. Sucessos como “Divagadora”, ”Luz Vaga” ou “Mímica Sísmica” ainda conseguiram captar a atenção do público, mas o resto do alinhamento que os Mesa prepararam não foi forte o suficiente para entusiasmar a plateia.
Mesmo assim, a banda apresentou músicas novas, como “Vitamina”, que dá nome ao próximo álbum dos Mesa, prometido para Setembro, conforme foi anunciado por Mónica Ferraz (a vocalista) e João Pedro Coimbra (guitarra) na conferência de imprensa após o concerto.
Festa Orishas
A fusão entre os ritmos latinos e o hip-hop, que faz da música dos Orishas a receita ideal para relançar uma noite de frio e cansaço, resultou. Perante um recinto agora cheio, a banda de Yotuel, Flaco-Pro, Roldan e Ruzzo espalhou boas vibrações e arrebatou o público.
Os Orishas, cujos membros são originários de Cuba, mas que se conheceram em França, deram um espectáculo muito forte, que criou imediatamente empatia com o público. Cada vez mais gente foi sendo atraída para próximo do palco, ao ritmo da estranha mistura entre a salsa à Tito Puente e o hip-hop militante que caracteriza o som da banda.
Hoje há mais
A noite continuou depois, com o número de copos partidos no chão a aumentar, e ao ritmo das bengaladas a finalistas, dos brindes entusiasmados e das sirenes de algumas ambulâncias que, infelizmente, iam passando e perturbando a euforia reinante.
Hoje é dia de Cortejo. Depois do desfile dos estudantes na Baixa do Porto, Ágata e Quim Barreiros vão actuar no palco do queimódromo.