O líder do Partido Nova Democracia (PND) tem as eleições legislativas de 2006 como “grande aposta” na apresentação de propostas para o país. Em entrevista ao JornalismoPortoNet, Manuel Monteiro não quis avançar se o seu partido vai concorrer às autárquicas, em 2005: “ainda não está nada definido, até porque seria precipitado”.

O político aponta as razões para os actuais níveis de abstenção registados em Portugal: “a maior parte das pessoas que não vota, fá-lo porque não acredita e sai do sistema”. Desta forma, Manuel Monteiro “gostava que o PND fosse o partido das pessoas que se têm vindo a abster”.

O líder do PND não quer adiantar as medidas a propor nem as políticas que, na sua óptica, deverão ser alteradas: “penso que antes de dizermos às pessoas o que propomos, pensamos e queremos, devemos ouvir não só as suas queixas, mas essencialmente as suas sugestões e propostas”.

A “capital partidária do PND” é o Porto, mas Manuel Monteiro não pretende realizar uma intervenção regional: “quero falar em nome do Porto sobre as políticas nacionais”. Desta forma se compreende que a maioria das acções do partido decorram no norte. A intenção é dar a conhecer o PND: “tenho vindo a bater a porta de um conjunto de instituições, da mesma forma que vou às feiras e aos mercados para dizer às pessoas que existe um novo partido e explicar porque é que existe”.

Ensino de Matemática e Português é “principal problema da educação”

“O grande problema da educação neste momento é tentar perceber porque é que os estudantes em Portugal continuam a escolher cursos que manifestamente não estão vocacionados para lhes dar emprego, quando o país é carenciado em áreas onde a matemática é essencial”, afirma Manuel Monteiro. Para o líder do PND, a falta de profissionais em alguns sectores de actividade deveria ser colmatada a partir do ensino básico e secundário: “temos que começar a construir a casa por baixo e não pelo telhado, pensando logo no ensino universitário”.

Manuel Monteiro não sondou ainda os representantes dos universitários, mas assegura que “um dos próximos passos será bater à porta de associações de estudantes e direcções escolares para ouvir os professores e os alunos”.

O líder político afirma que os problemas do ensino são os mesmos de há 15 anos: “não há grande novidade na contestação e nas reivindicações que são apresentadas, ainda que a forma como são defendidas seja diferente. Mas a diferença está só nas palavras, não na análise”.

Manuel Jorge Bento