Em palco estiveram, ontem à noite, nove tunas: a feminina e a universitária do Porto – que são do Orfeão – e mais sete tunas da cidade, cada uma a seu jeito e com um som característico. Durante quatro horas, o Coliseu foi protagonista de um “verdadeiro espectáculo”.

Rui Moreira, da tuna do Instituto Superior de Engenharia do Porto, descreveu o ambiente que se viveu na décima sétima edição do Festival Ibérico de Tunas Académicas (FITA). No final, em declarações ao JornalismoPortoNet no recinto da Queima, o tuno expressou a satisfação que é participar num evento de tais dimensões: “é magnífico chegar a quarta-feira, ir ao FITA e ver o Coliseu completamente cheio, não só de finalistas, mas de toda a academia”. E acrescentou: “é fantástico ver que a academia está interessada em ver o trabalho que as tunas vão fazendo”.

“Correu bastante bem. Uma organização magnífica, um Coliseu cheio” – simples e directo, Rui Moreira, não poupou elogios ao Festival. “A academia do Porto está unida com as tunas e sempre a apoiá-las”. Tanto apoio tem, na opinião do estudante, uma explicação: “são as tunas que vão semana a semana pelo país fora e que todos os anos levam música às comunidades portugueses que estão no estrangeiro”.

A realização do FITA é para este futuro engenheiro o “bálsamo” de que todo e qualquer tuno necessita para ter forças para trabalhar durante todo o ano porque surge em jeito de “reconhecimento pelo que é feito”.

Convívio, acima de tudo

Festival à parte, Rui Moreira falou também do que é ser tuno. Afinal de contas, os que fazem parte de uma tuna são conhecidos por viver a academia de uma forma peculiar: “a nossa particularidade é que, apesar de sermos estudantes como os outros, gostamos de tocar, de estar juntos, de apresentar o nosso trabalho e a nossa música aos nossos colegas e amigos”. Amigos esses que são as “cobaias” das tunas: “quando temos algo de novo mostramos-lhes para ver a reacção. Gostamos dessa interacção”.

Para este tuno participar no FITA é importante em termos de divulgação do trabalho das tunas, mas o que mais interessa é o convívio típico destes encontros: “os festivais são um motivo para podermos estar presentes, para mostrarmos o que estamos a fazer, mas acima de tudo, para convivermos. O mais importante é o convívio”.

O FITA é um “marco importante no ano académico”. Afirma o tuno do ISEP que toda a vida académica tem o seu expoente máximo na Queima das Fitas e que o festival também o é para o universo das tunas.

Os concursos e os vencedores

A tuna da Universidade Católica granjeou o primeiro prémio, seguida da Faculdade de Engenharia que arrecadou o segundo. Em terceiro lugar ficou a Faculdade de Medicina.

O FITA envolve um concurso, em que são premiadas as melhores actuações das tunas participantes. De acordo com a responsável pela organização, Sílvia Costa, há “prémios de melhor pandeireta, porta-estandarte, solista e instrumental. E depois há o prémio para as três melhores tunas”.

No ano passado, estes galardões foram atribuídos à tuna da Universidade Portucalense, que arrecadou o primeiro prémio, e à tuna de Medicina e Engenharia, que ficaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente.

“O júri é composto por sete pessoas, entre as quais o presidente da Federação Académica do Porto. Os outros membros são todas pessoas ligadas à música ou são professores do Conservatório”, explica Sílvia Costa.

Foto: Carla Gonçalves

Andreia Abreu