Fernando Moreno, director do Centro Hospitalar do Alto Minho (CHAM,SA), é enfermeiro há 25 anos e afirma que o estado da enfermagem em Portugal “está muito melhor do que há uns anos atrás”. Segundo o director da unidade hospitalar, “a evolução tem sido positiva”, nomeadamente a partir do momento em que a profissão passou a ter um “suporte científico próprio”, ao tornar-se uma disciplina do ensino superior. Fernando Moreno defende que, com essa evolução, a enfermagem “atingiu uma importância fulcral na saúde da população e já não se consegue viver sem ela”.

Também Maria João Matos, aluna finalista da Escola Superior de Enfermagem de Viana do Castelo, acredita no futuro da profissão. A estudante defende que os profissionais de saúde vão ser cada vez mais requisitados e que ninguém consegue passar sem eles, o que demonstra as capacidades desta área profissional. No entanto, critica a forma como a profissão está a ser encarada pelas autoridades nacionais, ao afirmar que há poucos enfermeiros em algumas unidades hospitalares e que “o Governo não coloca mais”.

Sónia Rafael, finalista na Escola Superior de Enfermagem S.João, partilha a ideia de que o número de enfermeiros não é suficiente para responder às necessidades da população e realça que o verdadeiro problema reside no facto de “o Governo e as instituições não permitirem a colocação de mais profissionais”. A aluna recorda um estágio em que esteve “num serviço com 50 camas e apenas três enfermeiros no turno da tarde”, o que, na sua opinião, “é insuficiente”.

Embora acreditem que a enfermagem é uma profissão com futuro, as alunas mostram-se algo apreensivas em relação às possibilidades de emprego. Sónia Rafael reconhece que, apesar de ainda não ter pensado muito no futuro profissional, é algo que a preocupa, principalmente por causa dos contratos a curto prazo.

Andreia Parente