Todos os olhos estão postos na minúscula chaminé da Capela Sistina, em Roma. É de lá que vai sair o fumo branco que vai anunciar ao mundo que o novo papa está eleito. Até lá, os 115 cardeais convocados para o Conclave estarão completamente incomunicáveis até ao momento em que a maioria de dois terços seja atingida. Quando os 77 votos necessários para eleger o sucessor de João Paulo II forem conseguidos, o cardeal protodiácono anuncia na varanda da Basílica de S. Pedro: “Habemus papam” (“Temos Papa”).

A votação

No primeiro dia há apenas uma votação e, se o Papa não for eleito, nos dias seguintes terão lugar duas votações de manhã e outras duas de tarde. Se ao fim de três dias não houver consenso, há um dia de interrupção para oração, colóquio entre os eleitores e reflexão espiritual. Prossegue-se, depois, para outros sete escrutínios antes de outra pausa e assim sucessivamente.

Após um período máximo de nove dias de escrutínios e “pausas de oração e livre colóquio” sem sucesso, os cardeais eleitores serão convidados a dar a sua opinião sobre o modo de proceder. O documento de João Paulo II abre a hipótese de a eleição ser feita “ou com a maioria absoluta dos sufrágios ou votando somente os dois nomes que, no escrutínio imediatamente anterior, obtiveram a maior parte dos votos, exigindo-se, também nesta segunda hipótese, somente a maioria absoluta.”

A eleição

Uma vez ocorrida a eleição, apenas resta ao novo eleito responder a duas questões do Cardeal Decano: ”Acceptasne eletionem de te canonice factam in Summum Pontificem?” (“aceitas a tua eleição, canonicamente feita, para Sumo Pontífice?”) e ”Quo nomine vis vocari? (“Como queres ser chamado?”), naquele que é o último acto formal do Conclave. Após a escolha do nome, um a um os cardeais prestam homenagem e apresentam a sua obediência ao novo Papa. O anúncio é feito, em seguida, pelo Cardeal protodiácono D. Jorge Medina Estévez aos fiéis: “Annuntio vobis gaudium magnum Habemus papam” (“Anuncio-vos com grande alegria que já temos Papa”).

Miguel Conde Coutinho