Finalista de Engenharia de Redes e Sistemas Informáticos, Luísa Lima tem 23 anos e é a única rapariga numa turma inicial de 20 rapazes, agora reduzida a oito. Seria apenas mais um número se não tivesse uma média final de curso de 17 valores, numa área onde as médias ficam-se entre os 11 e 14.

A jovem portuense está neste momento a trabalhar num projecto de investigação de faculdade e concordou em revelar a receita para ser um bom aluno.

O que é preciso para ser um bom aluno?

Muita dedicação, paciência e não ter medo de investigar um bocadinho. Tudo depende do tempo que se dedica aos estudos. Neste curso, temos a vantagem de termos muitos trabalhos e se os acompanharmos regularmente, consegue-se chegar aos exames e fazê-los facilmente. Embora se fique quase sem tempo para mais nada, se nos dedicarmos não é difícil ter bons resultados.

Considera que um aluno com uma média mais elevada está mais preparado para enfrentar o mercado de trabalho?

Há bons alunos, que até são bons programadores, mas que não se dedicam e não conseguem obter médias tão altas. Há muita gente aqui que gosta mais de uma determinada área do que outra e só se dedica a essa área. Nas cadeiras que não gostam tanto, passam à “rasca” ou reprovam e isso prejudica a média.

Então qual é a vantagem em ter boas notas?

Em termos de carreira académica traz muitas vantagens. Pode-se obter bolsas e é muito mais fácil conseguir um lugar para fazer investigação. Em termos de empresas, acho que a partir de um determinado patamar, não faz grande diferença. Aliás, actualmente a maioria das empresas pede muitas coisas para além da média de curso.

É o que se usualmente se chama de “marrona”?

Não, eu tenho outras actividades extra-curriculares para além do curso. Pratico equitação e sou jornalista em “part-time” numa revista de equitação. Também gosto muito de fotografia e sou fotógrafa em “part-time”. Faço muita coisa…

Em termos de futuro o que pretende fazer?

A investigação atrai-me mais do que a vida nas empresas, por enquanto. Tive uma proposta para fazer doutoramento agora. Mas ainda estou a pensar se me quero lançar já em três anos de estudo intensivo, depois de passar cinco anos a fazer o curso.

Acha que um investigador tem futuro em Portugal?

Para começar depende muito da área. Depois é preciso ter uma quantidade de sorte muito grande. Mas, da minha área especificamente, acho que sim. Há falta de gente nas universidades neste campo.

Milene Câmara