“Fomos a primeira escola a tomar a iniciativa em relação a Bolonha. Optamos por uma duração dos ciclos de 4+1. Este é o primeiro ano lectivo”, afirma o director da Faculdade de Economia do Porto. José Costa diz estar ciente da importância de Bolonha, mas lembra que há algumas decisões que não podem ser tomadas pela faculdade.

Segundo o director da FEP, foi adoptada a duração dos ciclos de 4+1 porque “é impensável que uma licenciatura dure apenas 3 anos. É manifestamente insuficiente para pôr alguém preparado no mercado de trabalho”, defende José Costa. O director da FEP justifica esta posição lembrando que na maior parte dos países onde a duração dos ciclos é de 3+2 há mais um ano na escola secundária para compensar.

“Estudantes da FEP mostraram muita maturidade”

“A maior parte dos estudantes inscritos para os cinco anos de licenciatura quiseram acabar o 5º ano, o que mostra uma maturidade elevadíssima dos estudantes desta faculdade. Podiam ter aproveitado a implementação do Processo de Bolonha e terem terminado a licenciatura já no ano passado, mas não o quiseram fazer”, afirma José Costa. O director da FEP defende que esta atitude mostra que os alunos da faculdade “não estão só interessados em acabar o curso, mas em adquirir competências que os preparem para o mercado de trabalho”.

“Os alunos não estão por dentro de Bolonha nem querem estar”

Por outro lado, o presidente da Associação de Estudantes (AE) da FEP fala do pouco conhecimento que os alunos da faculdade têm sobre o processo de Bolonha. “Quer os alunos desta faculdade, quer todos os alunos em geral, quer eu próprio, temos pouco conhecimento sobre Bolonha”, afirma João Simões. O estudante diz que, apesar da associação a que preside já ter organizado conferências sobre o assunto, poucos foram os alunos que estiveram presentes. “Os alunos nem estão por dentro, nem querem estar. Acham que Bolonha não lhes diz respeito. Querem é acabar o curso”, afirma João Simões.

Para além das conferências, a Associação de Estudantes da FEP fez entrevistas ao reitor da UP e ao director da faculdade, de forma a mostrar as diferentes posições quanto ao processo de Bolonha. As entrevistas foram publicadas no jornal da FEP.

Quanto à duração dos cursos em economia, João Simões partilha da opinião do director da faculdade. “Nós defendemos para economia quatro e não três anos, porque achamos que vai haver uma perda de conhecimentos para os alunos”, defende o presidente da AE. João Simões pensa que o modelo 3+2 criaria uma “desresponsabilização por parte do Estado no 2º ciclo.

Andreia Ferreira