Pode um disco capsular a pop dos últimos 40 anos? Pode uma obra ser simultaneamente devedora da pop dos anos 60 (ouça-se “Never as tired as when I’m waking up”), do pós-punk (nos fulgurantes “Losing my edge” ou “Give it up”), do punk (“Movement”) e do electro (“Too much love”)?

O disco homónimo dos LCD Soundsystem mistura múltiplas linguagens, à boa maneira dos novos tempos. O grupo de James Murphy e Tim Goldsworthy actua hoje, segunda-feira, na Casa da Música, no Porto, e amanhã no Lux, em Lisboa.

Murphy e Goldsworthy são fundadores da DFA Records (Death From Above), com sede em Nova Iorque, casa de projectos tão díspares como os Black Dice, Delia Gonzalez & Gavin Russom ou os Rapture.

Tornaram-se personagens centrais numa cena rock autofágica, ao trazer o passado e misturando-o com a electrónica. Resultado: um som que fica bem nas pistas de dança ou nas salas de concertos.

Pedro Rios
Foto: LCD Soundsystem