A décima edição do decano dos festivais começou ontem, quinta-feira. Na aldeia minhota de Vilar de Mouros, a pacatez dos escassos habitantes é saudavelmente perturbada por hordas de jovens. Ontem, eram alguns milhares que se aglomeravam junto à ponte que atravessa o rio Coura, à espera da entrada no recinto do festival, apesar das nuvens negras que ameaçavam chuva.

Durante a noite de concertos, a chuva caiu por poucas vezes, não conseguindo estragar a festa. Jorge Silva, da Portoeventos, acredita que o tempo melhore a partir de hoje e que sábado e domingo sejam “dias de muito calor”. Sábado deve ser o dia com mais afluência de público.

A aposta no gótico para o primeiro dia parece ter sido ganha. “Vai estar mais gente do que inicialmente prevíamos”, afirma Jorge Silva. “Ao longo do ano, as pessoas pediam músicas nas áreas do gótico”, explica. A disponibilidade dos Nightwish e o sentido de fidelidade dos fãs destas sonoridades justificaram a aposta num dia inaugural dedicado quase exclusivamente a elas (com excepção dos “rockeiros” londrinos Johnny Panic e dos portugueses “power metal” Oratory).

“É a primeira vez que venho”, diz Tânia Batata, 19 anos, do Seixal, que espera pelos concertos dos Nightwish e Within Temptation. “Destes [festivais] assim grandes, nunca fui ao nenhum, só à festa do Avante!.

Já Ricardo Silveira, 21 anos, de Lisboa, veio porque conseguiu dois dias de férias no hospital onde trabalha, mas tem curiosidade pelos Faithless, que actuam no sábado. Sobre o ambiente, diz, entre risos, que “é bacano”. Mas confessa: “Sinto-me muito deslocado aqui. O pessoal é quase todo igual”. O amigo André Silveiro explica com uma brincadeira: “É a quinta-feira negra”. O estudante, de 21 anos, residente na Parede, queria ver Nightwish, Within Temptation e Anathema, mas não dispensa espreitar a menina bonita da soul/pop radiofónica Joss Stone.