Estará criado um novo conceito de festival em Portugal, voltado para a música alternativa, dirigido aos melómanos e pontual? Foi assim a 13ª edição de Paredes de Coura, de segunda a quinta-feira, e, a julgar pela afluência do público, há razões para acreditar na fórmula.

Apesar dos receios motivados pelo elevado preço dos bilhetes (45 euros por bilhete diário e 80 euros por passe para os quatro dias), estiveram, segundo a empresa organizadora Ritmos, em média 23 mil pessoas no festival.
A noite de quarta-feira (com os Pixies e Queens of the Stone Age como cabeças de cartaz) foi a mais concorrida, trazendo 26 mil festivaleiros ao recinto da vila minhota.

“O público paga e merece ver coisas novas”, explica João Carvalho, da Ritmos, que faz um balanço positivo do evento de “muita qualidade e muito caro”, que só “não superou as expectativas porque já eram altas”. “Sabíamos que era um festival para ficar na história”, afirma ao JPN.

João Carvalho considera que foi a melhor edição de sempre de Paredes de Coura e o melhor festival português de sempre. “Não há memória de um festival com tantos momentos altos”, diz, citando os concertos de Arcade Fire, !!! (na foto) e Kaiser Chiefs como exemplos de presenças memoráveis.

A organização destaca ainda a elevada presença de espanhóis e ingleses, sem que tenha feito especial divulgação no estrangeiro. Para 2006, o objectivo é tornar Paredes de Coura “cada vez mais um festival europeu”, para contornar o reduzido público português, e “manter a qualidade do cartaz”.

Pedro Rios
Foto: !!! por Sandro Costa