As eleições norte-americanas de Novembro de 2004 foram, indiscutivelmente, das mais interessantes e apelativas das últimas décadas nos EUA. Ao longo do seu primeiro mandato, o Presidente George W. Bush originou uma divisão da sociedade norte-americana, levando a que fossem criados dois lados bem definidos: os pró e os anti-Bush.

A mobilização para a campanha eleitoral em 2004 foi de uma dimensão que já não se via desde há muito. Artistas de música como Britney Spears apelaram ao voto em George W. Bush. Outros como os Pearl Jam procuraram sensibilizar os jovens para a necessidade de mudar, na série de concertos “Vote for a Change”.

Chegou-se a tal ponto que um dos artistas históricos norte-americanos, Bruce Springsteen, decidiu apoiar o adversário de Bush, John Kerry, naquela que foi a primeira vez que o cantor de “Born in the USA” se manifestou politicamente.

O voto das pessoas com menos de 30 anos nas eleições presidenciais de 2004 nos EUA subiu em 9%, levando às urnas 20 milhões de jovens, em comparação com as eleições de 2000. Mas ainda assim, segundo o professor de Psicologia Social da Universidade de Brown Gregory Elliott, não se pode considerar que se tenha criado um movimento dentro das camadas jovens.

“Quem é que ganhou a eleição presidencial?”, questiona o académico. “Enquanto não for pedido aos jovens do nosso país para fazerem sacrifícios pelas políticas da administração Bush, não existirá movimento jovem”.

O professor de Ciência Política e Sociologia da Universidade de Yale Ivan Szelenyi tem a mesma opinião. “Não há base social para tal movimento e não há necessidade para a sua existência”, afirma.