O secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, desvaloriza as estimativas da Comissão Europeia (CE) quanto ao aumento das emissões de gases com efeitos de estufa por Portugal, e diz não acreditar que o país atinja, até 2012, um crescimento de 42,2%.

Rosa reagiu hoje, sexta-feira, aos números divulgados ontem, no Canadá, pela Comissão Europeia (CE) sobre a emissão de gases poluentes para a atmosfera. O relatório estima que Portugal registe um aumento dessas emissões na ordem dos 42,2% até 2012. O valor está 15,2% acima do objectivo assumido no Protocolo de Quioto, que é de 27%.

O secretário de Estado procurou desdramatizar as consequências de uma violação do Protocolo de Quioto por parte de Portugal, alegando que o Estado está a preparar medidas para conter o aumento das emissões poluentes.

O governante referiu ainda que o crescimento deste tipo de emissões ronda, actualmente, os 38%.

“[Os números da CE são] uma previsão que parte do princípio de que não fazemos o nosso dever. Ora, nós fazemos o nosso dever”, garantiu Humberto Rosa, em declarações à TSF.

O secretário de Estado do Ambiente disse ainda que o Governo pretende combater o aumento das emissões de gases poluentes através do Programa Nacional de Alterações Climáticas. Acrescentou que Portugal quer aplicar “novas políticas e medidas”, onde se incluirá o aproveitamento da energia dos incêndios florestais a partir da biomassa.

À Antena 1, o governante afirmou que a estimativa da CE foi feita a partir das metas de Quioto desde 1990, e que tal não significa que o país esteja no topo da lista dos países mais poluentes.

“Os 27% que podemos crescer em relação a 1990, quando cumpridos, porão Portugal com um ‘per capita’ mais baixo em termos de emissão de dióxido de carbono. Quer isso dizer que, embora crescendo à luz de Quioto, Portugal partia de uma situação muito baixa de emissões face ao seu nível próprio de desenvolvimento”, esclareceu Humberto Rosa.

Ana Correia Costa
Foto: SXC