A Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) concorda com a criação de centros escolares integrados, anunciada hoje, segunda-feira, pela ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues. O Governo quer que os alunos estudem, preferencialmente, até ao 9º ano na mesma escola.

O presidente da CONFAP, Albino Almeida, disse ao JPN que os actuais agrupamentos são “agrupamentos de problemas”, com “escolas atomizadas”. O dirigente acredita que a criação dos centros escolares traz “articulação e sequencialidade” ao ensino.

A ministra da Educação disse hoje que o “défice de integração das escolas dos primeiros ciclos e restantes níveis do ensino básico” verifica-se mais tarde “nos resultados escolares”.

A CONFAP diz que o “ensino até ao 9º ano deve ser unificado” e defende a integração de “todas as valências da educação”, como “pavilhões, laboratórios, ensino experimentar da matemática”, para uma “educação integral das crianças”.

Albino Almeida lembra, contudo, que um centro exige uma “periferia”, pelo que só em zonas com pouca população escolar, como o interior do país, é que se justifica que o centro escolar seja o único equipamento escolar disponível.

Por isso, o presidente da CONFAP entende que o Governo deve ter uma “linha orientadora forte e determinada”, mas que a aplicação destas mudanças deve obedecer a uma “geometria variável”. Albino Almeida sugere que as escolas que fecham – que, segundo a ministra da Educação, vão ser umas milhares – sejam reaproveitadas para outras funções educativas, como creches.

A CONFAP também está satisfeita com a anunciada interligação entre as Actividades de Tempos Livres (ATL) e as escolas. O presidente da confederação adiantou ao JPN que a estrutura vai dialogar com o Ministério da Educação e divulgar em “meados de Fevereiro” exemplos de “boas práticas” neste domínio.

Pedro Rios
Foto: SXC