A um dia da inauguração da Linha da Póvoa, a Comissão de Utentes da referida via anunciou a sua intenção de realizar uma manifestação. A Comissão de Utentes da Linha da Póvoa (CULP) reúne-se amanhã, sábado, em Vila do Conde, para um protesto na estação da cidade.

Depois da manifestação, os responsáveis da comissão entregam uma carta ao ministro das Obras Públicas, Mário Lino, com as suas queixas acerca daquele trajecto da Linha B do metro do Porto.

Queixas que Armando Herculano (na foto), responsável da comissão de utentes, adiantou aos jornalistas hoje, na estação de metro da Casa da Música. “O grande erro foi terem imposto aos utentes um metro que ninguém pediu”, afirma.

O tarifário é, segundo Herculano, o maior problema da Linha da Póvoa. O passe mensal da CP do trajecto Póvoa-Porto custa 30 euros. No metro, a viagem corresponde a uma zonamento Z6 e o passe mensal custa 48,50 euros. “Os estudantes, que beneficiavam de um desconto de 50%, pagavam 15 euros. Agora passam a pagar 37,40 já com a redução do tarifário social. É um aumento de 134%”, refere. “Estes aumentos não se compaginam com o aumento da inflação, nem com o aumento dos salários”.

Armando Herculano afirma ainda que as novas viaturas não são adequadas para um trajecto tão longo. “Qualquer transporte que demore mais de 30 minutos deve ter condições para uma pessoa descansar”, refere.

A diminuição de lugares sentados e de condições de viagem em relação ao comboio são outros motivos de queixa da comissão. O responsável da CULP aponta ainda que os utentes da Linha da Póvoa foram esquecidos nas reuniões de planeamento da Linha B do Metro do Porto.

Utentes de transportes públicos do Porto criam movimento

Paralelamente ao anúncio do protesto em Vila do Conde, foi anunciada a criação do Movimento de Utentes dos Transportes da Área Metropolitana do Porto. O movimento foi formado por membros de várias organizações de utentes e quer combater “abusos” da empresa Metro do Porto, nomeadamente a diferença de preço entre os bilhetes do metro de Lisboa e os da cidade “Invicta”.

O responsável do movimento, Norberto Alves, referiu ainda a necessidade de criar descontos especiais para estudantes e reformados.

Alves criticou também a complexidade do sistema de zonamento do Andante. O responsável afirma que a extinção de algumas linhas dos STCP veio prejudicar os utentes. “Os utentes são obrigados a fazer grandes deslocações a pé para chegar à estação do metro”, afirma. Norberto Alves sugeriu ainda a criação de um passe social intermodal que permita aos utentes dos STCP andar no Metro.

Texto e foto: David Pinto