Abriu hoje, sexta-feira, o último troço da Linha Amarela (D) que liga a estação João de Deus, em Vila Nova de Gaia, ao Hospital S. João (HSJ), no Porto. Este último troço contempla três estações de metro: Pólo Universitário, Instituto Português de Oncologia (IPO) e HSJ.

Sem direito a pompa de inauguração, o metro entrou em funcionamento às 6h00 da manhã com pouca afluência de pessoas. O maior afluxo deu-se entre as 8h00 e as 10h00 da manhã – horas de ponta. Para já, e por um período indeterminado de tempo, só metade das composições farão o percurso entre o Pólo Universitário e o HSJ.

Às 9h00 a Comissão Ad Hoc para o Enterramento da Linha do Metro junto ao HSJ organizou um pequeno protesto simbólico. Num comboio turístico, os responsáveis do HSJ, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do Movimento de Utentes dos Serviços de Saúde do Porto (MUSS) percorreram o pólo da Asprela (freguesia de Paranhos) e mostraram à comunicação social os acessos à unidade hospitalar.

Eduardo GuimarãesO director do HSJ, José Eduardo Guimarães, vincou que vai continuar a responsabilizar a empresa Metro do Porto pelos danos causados pelas obras do metro no acesso às urgências do hospital. “A Metro arranjou as entradas dos parques e não arranjou, como se tinha comprometido, a entrada das urgências. Qual será o critério de prioridade da Metro?”, questiona.

Eduardo Guimarães realçou que na última reunião entre a direcção do HSJ e a Metro do Porto, realizada no dia 2 de Fevereiro, ficou decidido que a empresa se responsabilizaria por reestruturar a entrada das urgências, melhorando o arruamento e o pavimento, a entrada dos parques de estacionamento A e B, por repor os espaços verdes do jardim interior do HSJ.

“Como cidadão estou a pensar levantar uma acção jurídica”, avisou o director da FMUP, José Amarante. Durante o percurso, José Amarante falou dos problemas que afectam o acesso às urgências, nomeadamente do corredor Bus partilhado, em sentido inverso, com as ambulâncias.

O representante da Comissão Ad Hoc para o enterramento da linha do Metro junto ao HSJ, Jorge Almeida, considera que a solução actual representa “um compasso de espera da Metro do Porto, com a conivência da Secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino”, para fazer passar a Linha Amarela pela frente do HSJ. “A frente de um hospital não é sítio para se fazer um interface de transportes públicos”, defendeu.

O troço que entrou hoje em funcionamento acrescenta à Linha Amarela mais um quilómetro e meio.

Ana Sofia Coelho
Paula Teixeira