Seria curioso fazer um estudo sobre quantos portugueses sabem desdobrar a sigla LGBT. Seria também oportuno, aquando desse hipotético estudo, saber quantos portugueses sabem o que significa identidade de género e de que maneira difere de orientação sexual.
Esse inexistente estudo podia aproveitar para inquirir a população sobre quantos portugueses conhecem activistas de defesa dos direitos sexuais. Podia-se até focar as próprias comunidades Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero, para saber quantos conhecem os dirigentes das associações que defendem os seus direitos enquanto minoria.
O movimento associativo dentro da comunidade LGBT é composto por uma vasta multiplicidade de associações. O que leva a que, por vezes, alguns elementos dessas associações entrem em confronto, por várias razões, em circunstâncias diversas. Por outro lado, em certos momentos, algumas destas associações unem-se por um objectivo comum que importa defender em dada altura, como é exemplo disso a Marcha do Orgulho que vai decorrer em Lisboa, dia 24 de Junho, e que já se realiza desde 2000.
A questão central que se coloca é que tipo de visibilidade é atingida pelo movimento LGBT, particularmente quando falamos em defesa de direitos, não só a nível social, mas também a nível político e institucional, ou seja, que influência projecta junto das instituições do poder e das pessoas.
Algumas das associações LGBT
O dirigente da associação Não Te Prives, Paulo Vieira, traçou ao JPN um panorama do movimento associativo português. Existem duas associações nacionais, de carácter mais abrangente, a Opus Gay e a ILGA-Portugal. Existem também duas estruturas: a rede ex aequo, organização que trabalha na sua grande parte com jovens, e as Panteras Rosa, “que são exactamente o contrário” da rede ex aequo, não-institucionais e informais.
As restantes associações são “ou muito sectoriais de âmbito nacional ou regionais”, explica o dirigente. E são essas a @t (que estuda as questões de identidade de género), a Ursos de Portugal, a Não Te Prives, o Clube Safo (dedicada à temática lésbica).
Por várias vezes se colocou a hipótese da criação de uma plataforma comum, mas vários dirigentes apontam como positiva a existência desta lista de associações. Seguindo ainda a lógica de uma plataforma que agregasse as várias associações, há ainda uma lacuna que é apontada ao movimento LGBT português: não ter uma liderança bem definida.