O parlamento estónio aprovou, esta terça-feira (20), o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O país torna-se, assim, o primeiro da Europa Central a legalizar o casamento gay, com 55 votos a favor e 34 contra, num total de 101 assentos parlamentares. A primeira-ministra, Kaja Kallas, diz-se “orgulhosa” pelo feito e promete a aplicação das medidas já no próximo ano.

As uniões civis e adoções por casais do mesmo género já eram permitidas no país há nove anos. Este novo passo, que aprofunda a proteção legal das relações entre pessoas do mesmo sexo, foi dado apenas dois meses depois da tomada de posse do novo governo, encabeçado por Kaja Kallas. Após a votação, a primeira-ministra defendeu, em declarações à Reuteurs, a importância de lutar pela aceitação do amor, em todas as suas formas. “Evoluímos [enquanto nação] bastante nestes 30 anos, desde que nos libertamos da ocupação soviética. Estamos em pé de igualdade com países que partilham os mesmos valores”, evidencia.

Segundo dados do Estonian Human Rights Centre, 53% da população estónia apoia o casamento de pessoas do mesmo sexo. Tem-se assistido a um aumento de apoiantes da causa, uma vez que, em 2021, apenas 34% dos cidadãos aceitavam esta união.

O casamento homossexual é, atualmente, legal em 34 países do mundo. Na Europa, os Países Baixos, Bélgica e Espanha foram os primeiros a aprovar união entre pessoas do mesmo sexo, respetivamente em 2001, 2003 e 2005. Portugal juntou-se à lista em 2010.

 

Apesar de se assistir a um progresso em vários países europeus, outros têm demonstrado maior resistência para com a comunidade LGBTQ+. É o caso da Hungria, onde perdura o apelo para que os seus cidadãos denunciem, de forma anónima, pessoas e famílias da comunidade LGBT, sendo igualmente proibida a “promoção” da homossexualidade junto dos menores. Em abril, 15 países da União Europeia, dos quais Portugal faz parte, posicionaram-se publicamente contra as várias leis húngaras que promovem discriminação. Na mesma linha, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apontou, na ocasião, que a adoção de políticas anti-LGBT vai “contra os valores fundamentais da União Europeia”.

Artigo editado por Ângela Rodrigues Pereira