E vão quinze. O FC Porto conquistou, ontem à noite no Municipal de Leiria, a 15.ª Supertaça Cândido Oliveira da sua história ao vencer o Vitória de Setúbal por 3-0. A equipa azul e branca não fez um jogo brilhante, longe disso, mas mostrou uma eficácia tremenda.

Tal como era esperado, Rui Barros manteve o esquema herdado de Adriaanse: Helton continua dono da baliza, Bosingwa no lado direito, Cech no lado oposto e Pepe, ao centro, sempre ajudado por Paulo Assunção. Ibson e Raul Meireles asseguravam a transição entre o meio-campo e o ataque, com Anderson mais à frente a apoiar o trio composto por Alan, à direita, Quaresma, à esquerda e Adriano no centro.

Ao contrário da final da Taça de Portugal, o Setúbal apostou num 4x3x3 que se transformava, quando era obrigado a defender, num 4x5x1. Marco Tábuas na baliza, Janício ocupava a direita, Hugo e Auri eram os centrais, e Nandinho guardava o lado esquerdo. Binho era o elemento mais recuado de um meio-campo composto por Adalto e Sandro. No ataque, Ademar, Varela e Lourenço eram três setas apontadas à baliza do FC Porto.

A primeira parte começou sem velocidade com muitos passes falhados, faltas e muito pouca motivação, o que tornou o jogo enfadonho, sem grandes motivos de interesse. À excepção de um lance em que Pepe, de cabeça, na tentativa de cortar a bola, obrigou Hélton à defesa da noite.

De bicicleta para a vitória

Após o intervalo, o ritmo do jogo aumentou: o FC Porto entrou mais forte e o Setúbal, cansado e sem grandes ideias, raramente conseguia chegar com perigo à baliza de Hélton. E foi aos 54′ que a equipa azul e branca começou a construir o resultado: Raul Meireles marcou o canto, os centrais sadinos não conseguiram aliviar a bola, esta sobrou para Adriano que, com um bonito pontapé de bicicleta, atirou para o 1-0.

Em vantagem, os campeões nacionais não permitiram uma reacção do adversário até porque o meio-campo sadino denotava grandes dificuldades em fazer chegar a bola lá à frente. E foi sem grande surpresa que o FC Porto chegou ao segundo golo: Adriano marca uma falta rapidamente, passa a Alan que, na linha de fundo, assiste Anderson que só teve de empurrar.

Já no final do encontro, Vierinha, que substituíra o apagado Quaresma, recebe a bola sobre a esquerda, descai para o centro e, ainda de fora da área, remata com força para (mais) um grande golo.

Uma vitória justa do FC Porto, talvez por números exagerados, que deixou algumas boas indicações ao futuro treinador, Jesualdo Ferreira. A equipa não perdeu identidade com a saída de Adriaanse e qualidade também não lhe falta: Anderson e Vieirinha provaram ontem ser dois miúdos que têm um futuro brilhante à sua frente e vão dar que falar nesta época.

João Queiroz
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Foto: FCP