Os norte-americanos John C. Mather (à esquerda na foto) e George F. Smoot (à direita) venceram o Prémio Nobel da Física deste ano pelo trabalho de investigação em torno da infância do Universo, a partir das análises feitas pelo satélite COBE (Cosmic Background Explorer), lançado pela NASA em 1989.

Os resultados da exploração do satélite “reforçam a teoria do ‘Big Bang’ enquanto origem do Universo”, anunciou a Real Academia Sueca das Ciências. Os dados marcaram ainda o desenvolvimento da cosmologia como ciência exacta.

Mather, 60 anos, é astrofísico no centro espacial Goddard da NASA no Marylan (nordeste dos Estados Unidos), e Smoot, 61 anos, é professor de Física na Universidade de Berkeley, na Califórnia.

Colaboram no lançamento do COBE e na análise dos seus dados – radiação e suas variações de temperatura. A partir destes dados, puderam perceber melhor como é que a matéria no Universo começou a agregar-se, formando as galáxias e estrelas.

Os investigadores estudaram a “luz mais antiga” do cosmos, que provém de apenas 380 mil anos após o “Big Bang”. O estudo da luz, considerada o “eco” do “Big Bang”, permite compreender melhor a evolução do Universo.

Segundo este cenário, o cosmos formou-se há cerca de 13,7 mil milhões de anos depois de uma gigantesca explosão.

Mather e Smoot vão partilhar um prémio de 10 milhões de coroas suecas (1,1 milhões de euros). Os prémios serão entregues em Estocolmo e em Oslo, a 10 de Dezembro.

Ontem foi conhecido o Prémio Nobel da Medicina, atribuído a outros dois norte-americanos (Andrew Fire e Craig Mello).

Amanhã, a Real Academia Sueca das Ciências anuncia o Nobel da Química, seguindo-se o da Economia (9 de Outubro), Paz (13 de Outubro) e Literatura (data ainda por conhecer).

Pedro Rios
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Fotos: DR