Cinco anos depois das últimas cheias, o Porto voltou a ser afectado por uma avalancha de água e lama, que não poupou as zonas mais baixas da Ribeira. Para ajudar as pessoas afectadas a enfrentar os prejuízos, entrou em funcionamento esta tarde um gabinete de atendimento.

O gabinete, da responsabilidade da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto, situa-se na Rua do Infante D. Henrique. Os comerciantes poderão dar conta dos prejuízos que tiveram, cabendo depois aos peritos da Câmara Nacional de Peritos Reguladores (CNPR) avaliar os estragos nos vários estabelecimentos e dar conhecimento ao Ministério da Administração Interna, que promete pagar as indemnizações aos lojistas com celeridade.

A Associação de Bares já mostrou satisfação pela iniciativa, naquela que é a primeira colaboração entre as duas entidades. Os muitos comerciantes da Ribeira vêem, desta forma, recompensados os muitos anos de queixas e lutas em busca de apoios em época de cheias e esperam que esta seja uma medida para continuar e não apenas um caso pontual.

Nas últimas décadas, das muitas cheias que há memória, apenas por uma vez a Câmara do Porto recompensou as pessoas afectadas pelas cheias, na altura em que era Nuno Cardoso quem dirigia a autarquia.

Situação pode voltar a agravar-se

O regresso do mau tempo no dia de hoje volta a fazer pairar o receio de novas cheias na Ribeira de Porto e Gaia. O alerta laranja foi novamente activado e o caudal do Douro pode voltar a transbordar nas próximas horas. Para já, a barragem de Crestuma está a debitar pouca água, mas se a chuva continuar a cair a um ritmo tão acelerado é de esperar um agravamento da situação.

As populações de Porto e Gaia devem continuar atentas e o mais certo é que passem mais uma noite em branco, de olhos postos no rio.

Carlos Rodrigues
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