O Fantasporto espera que a Câmara do Porto utilize 16 dos 60 dias a que tem direito no Teatro Rivoli para acolher, a partir de 2008, as edições de um festival “único” na cidade.

Perante a “permanência periclitante” do “Fantas” no teatro municipal, que tem sido a sua sede, o público deve responder com uma forte presença na 27ª edição, que acontece de 19 de Fevereiro a 4 de Março, apelou esta segunda-feira a directora do festival, Beatriz Pacheco Pereira. Uma garantia deixada por Mário Dorminsky, director artístico: o festival não sai do Porto, cidade onde nasceu e morrerá.

Este ano, o “Fantas” vai estar menos disperso pelas salas de cinema do Grande Porto para se concentrar no Rivoli (sem custos de cedência) e na Praça D. João I, onde nascerá uma “Movietown” com animação de rua e venda de “merchandising”.

Outra aposta é a presença de mais figuras ainda activas na indústria do cinema. É o caso do realizador Darren Aronofksy, que vem ao Porto apresentar “The Fountain” (na foto), e da actriz Rosanna Arquette, já premiada pelo “Fantas”.

Estão também confirmadas as presenças de Henry Thomas, o pequeno Elliot de “E.T. – O Extraterrestre”, de Steven Spielberg, e possivelmente de Sean Young, uma das actrizes de “Blade Runner”. É a forma do Fantasporto assinalar o 25º aniversário de dois filmes fundamentais na história do cinema fantástico e do próprio festival.

Com um orçamento que ronda os 4 milhões de euros, o Fantasporto assume a responsabilidade de estrear em Portugal filmes premiados em Cannes ou Berlim. “Temos que ter consciência que somos o país europeu com menor rentabilidade para as grandes multinacionais”, afirmou Mário Dorminsky, que sublinha o prestígio já criado pelo “Fantas” além fronteiras.

Três filmes portugueses

O festival arranca na próxima segunda-feira, com uma retrospectiva dos super-heróis da Marvel e dos DC Comics. Outros destaques é o ciclo dedicado ao cinema grego (a cinematografia homenageada este ano) e retrospectivas sobre cinema russo (patrocinada pelos estúdios MosFilm) e em torno de Marin Karmitz, produtor e realizador francês.

No que toca ao cinema português, há três filmes em destaque: “Suicídio Encomendado”, de Artur Serra Araújo, “Tebas”, de Rodrigo Areias, e o documentário “Olhar o Cinema Português”, de Manuel Mozos.

O festival encerra com concertos de Peaches, Buraka Som Sistema e Blind Zero no tradicional Baile dos Vampiros, que pode não acontecer no Teatro Sá da Bandeira, como é habitual, devido a problemas de última hora. A organização espera confirmar o local do evento, que acontece na noite de 3 de Março, nos próximos dias.

Pedro Rios
prr @ icicom.up.pt
Foto: DR