Apoiar a chamada “investigação de fronteira”, um termo cada vez mais importante à medida que os conceitos de investigação básica e aplicada se esbatem. É o objectivo do Conselho Europeu de Investigação (ERC, na sigla inglesa), que conta com 7,5 mil milhões de euros até 2013 para fixar na Europa os “melhores cérebros”.

Berlim recebe até quarta-feira a primeira reunião da organização, entendida como prioritária pela Alemanha, presidente da União Europeia (UE) no primeiro semestre de 2007.

Citada pela BBC, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que o ERC vai tornar-se uma “liga dos campeões da investigação”, ao dar aos cientistas a liberdade para serem criativos e inovadores.

O primeiro concurso de atribuição de bolsas para diversas áreas de investigação vai ser lançado em Março. São 300 milhões de euros para jovens cientistas de todo o mundo que trabalhem em instituições na UE ou países terceiros associados.

“A ERC vai juntar os nossos esforços para fazer da Europa um ‘jogador’ mundial. Queremos ser os melhores do mundo, não apenas os melhores do nosso bairro”, disse o presidente do Conselho, Fotis Kafatos.

O novo órgão pretende melhorar os procedimentos burocráticos associados ao Programa-Quadro de Apoio, criticado pela sua complexidade e submissão a interesses políticos.

“Nova era da investigação” europeia

Antes do encontro, Angela Merkel sublinhou na sua página da internet que a UE “tem de ganhar a luta pelos melhores cérebros e a concorrência com os melhores cientistas do mundo, porque só com os melhores resultados conseguirá manter o seu nível de vida”.

A comunidade europeia “está ainda longe” do objectivo de disponibilizar 3% do Produto Interno Bruto (PIB) dos 27 países membros para a investigação e inovação, embora “se esteja no bom caminho”, apontou a chanceler alemã.

Também o comissário europeu para a ciência e investigação, Janez Potocnik, aplaudiu a entrada da UE numa “nova era da investigação científica”, voltada para a investigação de fronteira, a principal característica definidora do ERC, a par da autonomia concedida aos cientistas.

O ERC quer pôr a Europa na linha da frente em sectores como a energia, saúde, mudanças climáticas, alimentação, biotecnologia, nanotecnologia e tecnologias de informação e comunicação.