O sonho europeu do FC Porto desfez-se em terras de Sua Majestade. O golo madrugador de Quaresma ainda manteve acesa a esperança azul e branca na passagem aos quartos-de-final, mas o mau início portista na segunda parte permitiu ao Chelsea igualar a eliminatória e depois, a onze minutos do fim, “matá-la” por completo.

Num estádio pintado de azul, com três mil “dragões” barulhentos, nem uma nem outra equipa deslumbraram pelo futebol jogado. Se se esperava um Chelsea forte nos primeiros minutos para resolver cedo a eliminatória, as previsões falharam completamente.

O golo de Quaresma, após uma jogada bem desenhada por Lisandro e Lucho, quando o relógio marcava o primeiro quarto de hora, intranquilizou a equipa de José Mourinho que se deparou com um FC Porto organizado, pressionante, a fechar bem as linhas de passe.

Pouca gente esperava um início de jogo assim, até porque o “onze” sem ponta-de-lança escalado por Jesualdo Ferreira fazia antever um FC Porto tímido, assustado perante a potência inglesa.

Não foi o que aconteceu, mas, verdade seja dita, o jogo azul e branco perdia fluidez quando arrancava para o ataque, uma vez que fazia falta mais presença no ataque e também porque Lucho não é capaz de ser um verdadeiro número dez.

Mas com uma reacção pouco racional e muito emocional do Chelsea ao golo, o FC Porto conseguiu segurar a vantagem até ao intervalo.

Helton falha, Ballack resolve

Para a segunda parte, a estratégia portista era óbvia: resistir os primeiros 10/15 minutos ao ataque londrino à baliza de Helton e, com isso, injectar mais uma dose de intranquilidade no adversário.

Falhou. Não porque o Chelsea tenha entrado a “todo o gás”, mas porque um remate sem grande perigo de Robben foi transformado em golo por um “frango” de um Helton numa noite estranhamente insegura.

Com a eliminatória novamente empatada, saíram do banco Ibson, para dar mais profundidade, e Adriano, para conferir mais “peso” ao ataque. No entanto, se o médio conseguiu trazer mais consistência ao jogo, o avançado pouco se viu, já que as bolas raramente lhe chegaram em condições.

Moralizados com o golo, os londrinos passaram a fazer maior pressão, que nunca se traduziu, porém, em eficácia no ataque. A melhor oportunidade surgiu já no último quarto de hora e deu em golo: boa combinação na área com toques de cabeça entre os avançados do Chelsea que foi concluída da melhor por Ballack, sozinho no coração da área.

A eliminatória acabou aí. O FC Porto já não foi capaz de incomodar Cech, muito por culpa do adversário que simplesmente não o permitiu. Os “dragões” despedem-se da “Champions” com honra e dignidade e o Chelsea segue em frente, rumo à final de Atenas.

Campeão europeu eliminado

O Barcelona precisava de vencer, no mínimo, por 2-0, mas marcou apenas um e está impedido de defender o troféu que conquistou no ano passado. Fora da “Champions” está também o Inter de Milão, que não conseguiu desfazer em Valência a igualdade a dois golos que trazia da primeira-mão, e, surpreendentemente, o Lyon que foi derrotado em casa pela Roma por 2-0.