Dois amantes decidem assaltar um banco e escondem o dinheiro no esquife onde se encontra a mãe de um deles. É o ponto de de partida da peça “O Saque” do britânico Joe Orton, escrita em 1964. Regressa esta sexta-feira ao Teatro Nacional S. João (TNSJ), onde fica até 1 de Abril.

A obra junta humor negro a uma elevada carga política, homosexual, anticlerical e antipolicial. É a afirmação de Joe Orton contra as convenções e clichés da sociedade britânica e simultaneamente dos artificios e estereótipos que caracterizam o género farsa do West End londrino.

Orton é francamente autobiográfico em “O Saque”. Por meio de uma concepção dura e agressiva, procura instigar o público com as banalidades e insignificâncias do quotidiano. O autor é conhecido pela irreverência e pelo ambiente absurdo das obras que concebe. Prova disso é a afirmação do autor de detestar todos os animais com cauda.

A peça conta com a encenação de Ricardo Pais, a cenografia de Pedro Tudela, figurinos de Bernardo Monteiro e o desenho de luz de Nuno Meira. A tradução da obra é de Luísa Costa Gomes.

No elenco estão Hugo Torres, Jorge Mota, José Eduardo Silva, Lígia Roque, Paulo Freixinho e Pedro Almendra.

Reposta depois de uma primeira apresentação em Novembro passado, o espectáculo está em cena de terça a sábado às 21h30 e os domingos às 16h. Entre 18 e 21 de Maio, a peça vai estar no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.