A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) recebeu, esta quarta-feira, o primeiro Encontro Nacional do Projecto ENEAS (European Network for Environment Assessment and Services), subordinado ao tema “O Ensino das Ciências Experimentais”.

O ENEAS, projecto lançado pela FEUP em 2007, visa a monitorização ambiental do território português, tendo as escolas, universidades e institutos de investigação como rampa de lançamento para fazer a ligação com o poder local. Para além disso, o projecto tem também outros eixos de actuação como a implementação da Agenda XXI local e escolar, o apoio ao ensino das ciências, o ordenamento do território e o apoio ao desenvolvimento sustentável.

A sessão teve como tema central a apresentação dos primeiros resultados do projecto, assim como uma análise crítica do ensino das Ciências Experimentais em Portugal. José Rocha e Silva, mentor do projecto, revelou-se crítico para com algumas escolas e para com o Ministério da Educação, mas mostrou-se “satisfeito” com os resultados, que “ultrapassam largamente as expectativas”.

“Do dia 1 de Março até hoje temos melhorado imenso e no final do ano esperamos ter 400 professores formados e em formação, quando hoje são 123”, declarou Rocha e Silva. Apesar dos resultados satisfatórios, o mentor do projecto não deixou de criticar a actuação de algumas escolas, “principalmente do litoral do país”, e pediu também mais apoio por parte do ministério. “Os conselhos executivos não se mexem, não saem das cadeiras, e por isso o ministério tem que dizer claramente: ‘apoiamos o projecto’”.

Com um financiamento de um milhão de euros – 85 por cento dos quais do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu e 15 por cento pela FEUP -, o ENEAS visa a recolha, o tratamento e a divulgação de dados ambientais cientificamente validados em áreas como a atmosfera, a hidrologia, solos, cobertura de terrenos, actividade vegetal, entre outras. Sob a responsabilidade da FEUP, o projecto tem como parceiros um instituto de investigação sedeado na Holanda, 17 escolas portuguesas – de Bragança a Lagos – e dez autarquias.

Nos primeiros seis meses como responsável pelo projecto, a FEUP conta com os seguintes resultados: 123 docentes em formação, material colocado em sete escolas e 12 acções de formação a decorrer ou já agendadas em vários pontos do país.