A realizadora de “U2 3D”, Catherine Owens, explicou a concretização deste filme arrojado com o desejo de Bono em querer chegar a um “local mágico”, cita o jornal Daily Telegraph australiano. E se havia intérpretes que podiam sonhar com um projecto cinematográfico a três dimensões, os U2 estavam certamente na linha da frente.

Na nota introdutória da película fica a promessa de “levar os espectadores numa extraordinária viagem cinematográfica, um salto quântico para lá do tradicional filme de concerto dos U2”. À porta da sala, quem entra leva consigo os óculos que transformam a tela num mundo em movimento.

Para a realização deste filme foram operadas em simultâneo 18 câmaras equipadas com tecnologia 3D e chegaram a estar 140 técnicos no terreno. A juntar à imagem a três dimensões, o som surround 5.1.

As imagens que compõem “U2 3D” foram recolhidas durante a digressão “Vertigo” na América do Sul. Os concertos em São Paulo, na Cidade do México, em Santiago do Chile e em Buenos Aires serviram de tela para a realização do filme. Ao longo dos 85 minutos de concerto, 15 temas, marcados pela intervenção política que caracteriza a banda, podem ser ouvidos e vividos.

“Não existe o futuro do cinema” no singular

O realizador português Luís Galvão Teles falou ao JPN sobre esta técnica de 3D e mostrou que “se for bem aplicada, pode de facto acrescentar a sensação de realismo, a sensação de estar dentro do ecrã e não por fora, ou seja, não estar perante a barreira que o cinema ainda tem”.

Questionado se este é o caminho a seguir no futuro pelo cinema, Luís Galvão Teles diz que “não existe o futuro do cinema mas sim futuros do cinema”. “Procura-se reduzir as coisas a uma solução, e da mesma maneira que o preto e branco continua a sobreviver, embora menos utilizado, a cor a duas dimensões também não morrerá. O que há é todo um mundo para explorar e esta tentativa de criar um mundo virtual é mais um passo”, explicou.