Aumento das propinas e novo modelo de gestão das universidades são alguns dos motivos que levaram os estudantes a realizar uma manifestação à porta do MCTES.
Os alunos do ensino superior manifestaram-se esta quarta-feira, em Lisboa, frente ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) contra o aumento das propinas, a forma como o Processo de Bolonha foi implementado e as mudanças trazidas pelo Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES).
De acordo com fonte oficial do MCTES, a manifestação não foi longa e apenas se ouviram algumas palavras de ordem. Segundo a mesma fonte, não foi entregue nenhum documento, nem houve qualquer pedido para falar com alguém do ministério.
André Solha, membro da direcção da Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (UL), justificou ao JPN que não foi entregue nenhum documento porque estão em período de eleições, e o documento só será entregue ”se e quando” forem eleitos. O dirigente estudantil explicou também que a concentração à frente do MCTES pretendeu “mostrar a posição dos estudantes em relação às políticas que este Governo tem vindo a adoptar para o ensino superior”.
O apelo foi lançado à Associação de Estudantes de Letras da Universidade de Lisboa por um grupo de alunos descontentes. A proposta foi levada a Reunião Geral de Alunos (RGA) e foi aprovada uma manifestação para esta quarta-feira.
O aumento das propinas, que na Faculdade de Letras da UL irá ser de 200 euros já no próximo ano, é outro dos motivos da manifestação. Os alunos, que pagam neste momento 700 euros anuais, ficaram descontentes com a novidade, já que o conselho directivo da UL terá garantido não aumentar o valor das mesmas.
Também a retirada de estudantes dos órgãos de gestão das instituições, a tentativa de introduzir empréstimos para substituir as bolsas de estudo, e as alterações estatuárias na Faculdade de Letras são motivos de protesto por parte dos estudantes da UL.
Álvaro Pina, presidente do conselho directivo da Faculdade de Letras da UL, afirmou ao JPN não ter conhecimento de qualquer manifestação dos estudantes, não se pronunciando acerca do protesto e dos seus motivos.