O “I” surge numa época de crise em que os jornais descem as vendas e demitem profissionais da comunicação. Como diz António Granado, editor do Público.pt, “os jornais em papel estão a fechar. Começar um em 2009 é uma grande aventura”.

António Granado desconfia da viabilidade de um jornal exclusivamente impresso, “é importante haver um novo jornal, mas não sei se fará bem em apostar no papel, nos tempos que correm”, o que justifica ao dizer que “as pessoas estão a deixar de ler papel”.

Aposta na inovação

Apostado em marcar a diferença no panorama da impreas nacional, o “I” vai ser um diário dividido em quatro secções: “Radar” (onde o leitor tem acesso aos temas gerais), “Zoom” (secção na qual os temas serão tratados), “Mais” (secção que foca a cultura e o entretenimento) e “Desporto”. O projecto aposta ainda nas novas ferramentas online, como por exemplo o Twitter. O público-alvo do jornal centra-se nas classes altas e médias-altas.

Joaquim Fidalgo concorda que “um jornal diário em Portugal e em papel é um meio muito difícil de rentabilizar”, mas aprecia a coragem desta empresa o fazer. No entanto, o ex-provedor do Público diz que o jornal “I” terá de se destacar de todos os meios já existentes, o que pode ser feito através de uma sinergia entre o online e o papel.

Joaquim Fidalgo concorda que a aposta nos novos media é uma boa escolha, ao passo que “o jornal em papel arrisca-se quase a ser um produto de luxo”. Já os meios exclusivamente online precisam de encontrar o seu lugar no mercado de negócios, uma vez que são gratuitos e obtêm o seu lucro através da publicidade que continua a dar prioridade aos meios impressos.

O Grupo Lena conta já com algumas iniciativas na comunicação social, a nível regional. O jornal “I” expande a comunicação do grupo ao âmbito nacional. Joaquim Fidalgo diz que “há mais lugar, mais rentabilização de bons e pequenos projectos regionais do que para um projecto nacional”.