Desde a sua apresentação, no início da época 2007/2008, que a Taça da Liga portuguesa nunca colheu um apoio unânime, sendo várias as críticas à maneira como esta competição é gerida.

O FC Porto sempre se opôs, ainda que de forma não-declarada, liderando as vozes de protesto de muitos emblemas que não concordam com o formato da Taça da Liga. Os clubes esperam ainda por um retorno financeiro considerável dos patrocínios anunciado pela Liga de Clubes aquando do lançamento da competição.

Dentro de campo

No ano de arranque da polémica competição, o Vit. Setúbal foi a equipa a erguer o troféu, depois da vitória sobre o Sporting através de grandes penalidades. Esta época, a final disputa-se a 23 de Março, no Estádio do Algarve (palco da final na temporada passada), entre os dois rivais de Lisboa: S.L. Benfica e Sporting.

No plano desportivo, o caso do “goal average” foi o que mais polémica deu, colocando até em risco o sorteio das meias-finais da Taça da Liga desta época. Em causa estaria o célebre ponto 3 do artigo 7º do Regulamento da Taça da Liga, em que o apuramento da 3ª fase rumo às meias-finais da prova teria como primeiro critério de desempate o “goal average” que, no entender da Liga de Clubes, significa “diferença entre golos marcados e sofridos”.

No entanto, a interpretação dada pela entidade presidida por Hermínio Loureiro a esta expressão inglesa não corresponde, na visão do Belenenses (clube que afirma ter sido prejudicado neste caso), à tradução literal da mesma (média ponderada entre golos marcados e sofridos).

Nesse sentido, manteve-se a dúvida acerca de quem passaria às meias-finais – se Belenenenses, se Vit. Guimarães, as duas equipas que foram as segundas melhores classificadas da 3ª fase – já que as duas interpretações apresentadas impediam um consenso. O emblema do Restelo ainda interpôs uma providência cautelar para impedir que o sorteio das meias-finais se realizasse, mas este avançou mesmo e, mais tarde, o Conselho de Justiça da FPF haveria de dar razão à Liga de Clubes.

Ainda assim, e para além das questões regulamentares, há outras situações que levam a mais protestos: o modelo da competição, em que os ”grandes” do futebol português só entram em campo na 3ª fase; o nível de receitas publicitárias que não agrada aos clubes; o facto de as equipas de arbitragem não serem avaliadas em jogos da Taça da Liga. As críticas abordam vários níveis e amontoam-se sobre uma competição que nunca nasceu com o carimbo da unanimidade.